Nada faz
sentido além da preservação da vida e, falando assim, tudo parece lúdico e
distante da realidade, todavia, se nos atermos aos detalhes que nos cercam
poderemos constatar que esta preservação se faz infelizmente em ritmo lento se
comparado à rapidez da devastação que se opera.
Enquanto
poucos se dedicam a criar e a reconstruir, uma infinidade de zumbis operam
desgovernadamente o já conquistado ou existente sem qualquer maior consciência,
como se fossem apenas sombras enlouquecidas em um bailado infernal.
Não há senso
real de absolutamente algo relevante à vida, mesmo quando as aparências forjam
o engano.
A massa
humana como ovelhas seguem aos bandos, num rumo determinado pelos pastores,
travestidos de ensignas de proteção que não ultrapassam os limites deles
mesmos.
E aí, num
estalar de dedos, a vida se perde na unidade isolada ou num conjunto, enterrando
intenções que jamais se concretizaram em propósitos, abrindo ainda mais a
lacuna, descortinando o imenso vazio inexoravelmente presente, sem disfarces
que nos console.
Passado os
instantes de susto e de dor, dizemos que a vida prossegue e nada ou quase nada
mudamos, sendo abafados pela inoperância de nossa vontade voluntária que não é
capaz de verdadeiramente dimensionar a vida em toda a sua completude.
Remendamos
aqui, remendamos ali, mas entre um ponto e outro de nossa costura de remendos,
persiste o espaço da nossa pequenez de tão somente não rasgar a perfeição.
Não temos
limites, porque queremos sempre mais, não temos consciência para reconhecer que
já possuímos tudo e que a nossa tarefa é de apenas sorver e usufruir, mantendo
polido, limpo e arejado o que nos já foi ofertado.
Parece
piegas e na realidade o é em meio a um sistema que dizem ser humano, mas que na
realidade é tão somente de uma raça grotesca que transformou a potencialidade
de sua mente em prodígios da destruição.
Para os
raros que pensam na preservação do tudo, deixo aqui o meu sorriso, expressão
máxima da minha gratidão.
Nenhum comentário:
Postar um comentário