Todos que convivem
comigo sabem que não frequento nenhuma religião e que quando sou convidada por
alguma para palestrar, sempre direciono minhas palavras às reflexões a respeito
da vida e do comportamento humano em meio a ela.
Não que eu
tenha algo contra, muito pelo contrário, sempre acreditei que as mesmas são
margens que norteiam a vida das pessoas, dando a elas direcionamento, amparo
espiritual e consolo as suas aflições.
Apenas,
enveredei por um caminho que acredito ser mais duro, pois por todo o tempo,
encaro meus erros, numa busca permanente de aperfeiçoamento pessoal, tal qual
me inspirou o homem Jesus, em sua curta, mas grandiosa caminhada vivencial, onde
despiu-se das hipocrisias do convívio social, enveredando-se no entendimento da
importância da vida a partir da sua e de tudo que nela reside.
Durante a
minha infância e adolescência fui testemunha do respeito que todos ofereciam ao
Domingo de Ramos e ainda posso me lembrar das procissões enormes que cruzavam
as ruas de Ipanema, onde pessoas, famílias inteiras lá se reuniam num momento
participativo de fé e até aqueles que não comungavam do catolicismo, como
vários que eram também meus vizinhos, achegavam-se nos portões e janelas, num
simbólico apoio.
Hoje é
Domingo de Ramos, no Próximo será a Páscoa e tudo que nossas crianças e
adolescentes sabem a respeito é que comerão ovos de chocolate.
Conhecer as
histórias religiosas e suas tradições significa antes de tudo, “conhecimento”, “aprendizado”
hoje, tão escasso em qualquer segmento humano.
E aí, a
família como se estrutura se todas as tradições são simplesmente
desconsideradas em troca de frases de efeito moral, doutrinária e bajuladora,
mas sem a fundamentação necessária a um entendimento mais consistente?
Fatiaram
Jesus e seu pai Deus, criando-se infinitas vertentes religiosas, onde a ética e
a estética doutrinária se moldaram aos interesses de cada Igreja.
Isso
certamente, não é evolução e tão pouco progresso.
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