De uns
tempos para cá, venho usando a palavra surpresa nos meus comentários e escritos
de um modo geral, mas na realidade este é apenas um vocábulo com o qual as pessoas
gostam de se expressar até mesmo por
comodismo, afinal, ela define com precisão o espanto ao encontrar o inusitado.
Nos últimos
anos, o esperado por ser absolutamente adequado desenvolvimento intelectual de
nossas crianças transformou-se em retórica de palanque, pois nada mais se fez
que abrirem-se portas de unidades escolares em sua maioria com estética
atrativa, mas também com estruturas duvidosas, só comparadas à pedagogia que
passou a habitar seus interiores.
Portanto, o
desejo e a necessidade de se poder ter filhos em uma escola para que ele possa
um dia se transformar em um alguém nesta vida, alimentou sonhos e abasteceu de
votos grupos políticos.
Sem maiores
questionamentos, mesmo assim, foi uma revolução de costumes, uma abertura sem
precedentes de oportunidades para nossos jovens e, principalmente, nossas
crianças que, até então, não recebiam os devidos incentivos e tão pouco eram
acolhidas pelo Estado, no mais básico de seus direitos, depois do direito à própria
vida.
Todavia, não
é bem isto que se constata, pois jamais em tempo algum, tantas e tantas crianças
e adolescentes passaram a sair das unidades escolares sem os preparos
esperados, assim como desabou como um castelo de cartas um real desenvolvimento
intelectual, até porque, esta palavra tornou-se uma blasfêmia e até motivo de
agressões, pois, afinal, ter educação formal, pensar e possuir conhecimentos
diversificados, tornou-se pecado mortal.
Observou-se
ao longo dos anos que o” faz de conta “se estabeleceu e nós, comprometidos com
a nossa própria impotência, fomos aceitando como verdades as mazelas que se
produziam em nossa educação formal, sem nos apercebermos que as bactérias e
fungos que corroíam-na eram as mesmas que minavam a nossa educação doméstica. E
nesta simbiose doentia, fomos deixando as chagas se desenvolverem ao ponto de hoje estarmos absolutamente surpresos ao
constatarmos que em nossa Itaparica, as intenções travestiram-se em reais rumos educacionais, em
uma tentativa lúcida de reconhecimento que sem uma reforma embasada nas
estruturas físicas e emocionais dos agentes envolvidos, que no caso são família
e escola, nada poderia se desenvolver no Município que viesse a se caracterizar
como sério e oportuno e que viesse a verdadeiramente representar ganhos para o
povo em futuros próximos.
Particularmente,
venho acompanhando as passadas educacionais de nossa cidade e já não me
surpreendo, apenas constato que a qualidade que venho observando é tão somente
fruto de intenções e ações, pautadas com a devida competência e seriedade que,
afinal, contamina tanto quanto o contrário e que tem estimulado os agentes
envolvidos à também buscarem o melhor de suas capacidades para oferecer
unidades de excelência e uma integração que concomitantemente cresce garantindo
aos meus olhos de educadora a certeza de um sólido desenvolvimento, que se
refletirá através dos próximos anos.
Afinal, nada
acontece de repente, mas tudo depende de quem o faz.
Parabenizo
ao Professor Raimundo Pereira e toda a equipe da Secretaria de Educação, assim
como as diretoras, coordenadoras, porteiros, merendeiras de cada unidade
escolar deste Município, por que afinal, sem união de propósitos, nada,
absolutamente nada se realiza. E, é claro, como cidadã participativa, agradeço
ao Prefeito Raimundo da Hora, pois sem sua efetiva participação, colaboração e
canetadas abençoadas, menos ainda teria sido possível realizar.
Finalmente,
constato o princípio do fim do “faz de conta”
Particularmente,
aplaudo sem surpresas, apenas num devido reconhecimento.
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