Dentre os
sonhos dantescos possíveis de serem vivenciados nos cotidianos brasileiros,
certamente o analfabetismo seja o mais assustador na medida em que é
aprisionador e ao mesmo tempo limitante quanto ao desenvolvimento intelectual
das criaturas, impossibilitando-as de irem mais além do círculo de suas
próprias vibrações.
A não
inserção de conhecimentos variados empobrece os circuitos neuronais, diminuindo
a capacidade de raciocínio lógico, portanto, não bastam as experiências culturais.
É preciso bem mais para que se formem mentes capazes inclusive de identificar a
si mesmos, nos seus direitos e deveres, sem que haja a imposição de um sistema
hierárquico de tradição, submissão ou ambos.
A baixa ou
desqualificada escolaridade são rios que desaguam no mesmo mar da ignorância
existencial, reforçando o poderio do populismo em detrimento da liberdade
cidadã que estimula a violência, consequência direta e inevitável do
descontentamento inconsciente que atinge de forma indelével a todas as classes
sociais, onde o convívio é real e conflitante.
Paliativos
sociais em longo prazo não produzem milagres, pois estes só acontecem
gradativamente quando se insere às ações emergenciais, ações públicas de
respaldo educacional e reformas sociais, onde o cidadão vai concomitantemente à
ajuda financeira recebida, adquirindo a dignidade pessoal de buscar e encontrar
seus próprios meios de sustentabilidade.
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