Nesta manhã
em reflexão, como profissional do jornalismo e cidadã altamente preocupada com
a situação do povo itaparicano, no qual eu e minha família nos inserimos,
coloco em pauta de questionamento a ser dirigido aos ilustres edis da câmara de
vereadores, membros estes, que fazem, em sua maioria, questão de afirmar nas
sessões plenárias, que foram eleitos legitimamente através do voto popular e
que em alguns casos até enfatizam o número de votos recebidos, o que a meu ver
é um direito e uma conscientização bastante gratificante aos eleitores se
manifestarem votando contra o requerimento verbal do vereador Nerivaldo, em
que o mesmo, solicita a presença em plenário da não menos ilustre
secretária da saúde, Sra. Micheline da Hora, a fim de que, como legítima
funcionária do povo itaparicano, venha oferecer aos munícipes uma explicação
oficial e de cunho público da falta constante de remédios e materiais em geral,
assim como de equipamentos e das constantes falta de médicos e dentistas, nas
unidades da saúde, por entendermos que esta é uma atitude que deva ser encarada
como correta e necessária, frente ao fato da mesma ser responsável por uma
secretaria cuja importância é prioritária, quanto ao bem estar físico e emocional
dos munícipes de Itaparica, pois também entendemos que, até podemos suportar,
vacas, cavalos, buracos e até mesmo o lixo que nos ofende, mas não temos como
frear , sem os devidos cuidados e remédios, as doenças físicas e emocionais que
nos flagelam.
Podemos até
sobreviver mais alguns anos com o esgoto a céu aberto que nos adoece e até
mesmo não termos praças e festas que nos alegra, mas não podemos viver sem
conter uma dor de dente que nos desespera ou com um filho que morre aos poucos
por falta de assistência médica. Estou sendo crua em minha reflexão, porque
entendo, assim como creio que você que vai me ler também entenderá, que nada,
absolutamente nada é tão devastador ao ser humano quanto à dor e o abandono
social, e que este é o fator impulsionador da violência e miséria que fazem
parte crescente da realidade de nossa linda e paradisíaca cidade.
Como profissional
do jornalismo a frente dos programas, Show da Manhã e da Tarde na Rádio Tupinambá,
e como cidadã itaparicana, questiono a veemência com que os senhores vereadores
abraçaram a causa defensória da não presença da ilustre secretária, inclusive
explanando o óbvio ao senhor vereador Nerivaldo, quanto a sua ida a secretaria,
como se este não soubesse deste procedimento e desconsiderando o fato de que
tal solicitação tinha como cunho básico levar ao público a transparência e o
não partidarismo, oferecendo ao desejar levar ao público explicações isentas de
qualquer interferência individual, como deve ser, já que o vereador Nerivaldo,
eu, e certamente, cada cidadão itaparicano, assim desejamos.
A blindagem
que é oferecida a esta secretaria e a gestão do Prefeito Raimundo da Hora que
inegavelmente tem faltado sistematicamente com suas obrigações prioritárias
junto aos cidadãos é absurda, sem nexo e altamente perniciosa ao bem estar do
povo que certamente agradece pelas reformas feitas nos postos de saúde, pelas
praças e calçamentos, mas que também entende sentindo na pele que, infelizmente,
não substitui o Losartana ou a fita de medição glicêmica que é determinante
quanto à vida ou a morte de cada pessoa que deles necessitem, no qual,
novamente me incluo, no meu mais sagrado direito constitucional de receber
amparo social do órgão responsável no município.
Penso também,
neste instante em minha reflexão, que o povo itaparicano, assim como eu,
enxerga, tendo recursos educacionais ou não, que as ações desenvolvidas por
esta secretaria vem se preocupando até o presente momento em apresentar
realizações, cujos olhos do povo possam enxergar em profunda desconsideração
pelo sentir físico dos mesmos, seja na dor de um dente lesionado, seja no
constrangimento de estar-se desdentado por meses à fio por falta da entrega de
uma prótese, seja pelo ferimento exposto que não encontra sequer um mercúrio e
uma gaze para ser limpo, seja pelas doenças de cunho perigoso e notoriamente
indutores à morte como pressão alta e diabetes, exemplos estes que são
reclamados pelas pessoas, diariamente, através do som legítimo, aberto e
indiscutível das ondas sonoras da Rádio Tupinambá e não menos implorado por
minha pessoa na qualidade de profissional à frente de programas absolutamente
isentos de partidarismos desumanos e arcaicos.
Em vista
desta exposição que faço a mim mesma, a fim de conscientemente, não ser injusta
em minhas ponderações, baseando-me apenas em fatos concretos e indiscutíveis
por serem absolutamente reais e recorrentes no antes e no depois da posse de
uma nova gestão em que a ilustre secretária sempre esteve à frente da secretaria da saúde, venho então,
com a tranquilidade necessária, questionar os senhores vereadores do por quê
colocarem—se como defensores espadados em normas de procedimento regimentar, a
não presença da mesma em plenário para que diante do público que pela
Constituição Federal e pela lógica humana, não só paga o seu salário, como detém
o direito supremo de receber dela a devida consideração de uma prestação de
contas, com as devidas comprovações que possam ser posteriormente validadas,
sem que haja a ação intermediária deste ou daquele representante da Câmara de
forma solitária que, certamente, poderá sofrer questionamentos partidários,
pondo em dúvidas as informações obtidas, como é largamente usado como cabo de
guerra eleitoral.
Não seria, então, mais
lógico que os valorosos edis, eleitos pelo legítimo voto popular e detentores
dos poderes fiscalizadores, fossem os primeiros a defender os interesses
populares ao invés de se colocarem politica e humanamente contra toda e
qualquer ação de cunho esclarecedor e que possa vir trazer algum alento a um
povo sofrido que ao longo destes quatro anos e alguns meses, vem sendo solapado
sistematicamente em seus direitos mais que primários?
Não seriam
os vereadores, as peças governamentais que deveriam sem firulas, mas usando dos
seus costumeiros discursos inflamados, se postar a favor da humanização e da
transparência, ao invés de ficarem sistematicamente, polemizando isto ou aquilo
de menor ou nenhuma verdadeira importância aos interesses reais do povo que os
elegeu?
Não estariam
os vereadores com suas posturas políticas repetitivas e largamente conhecidas
pelo povo desta cidade, antes sem voz, apenas voltados em prol de uma defesa de
valores de uma gestão silenciosa e arrogante, incentivando-a e até mesmo
acobertando-a quanto a sua obrigação de abrir portas e janelas administrativas,
num sinal de respeito e consideração ao povo que a elegeu?
Não estariam
os ilustres vereadores, esquecidos de que são os legítimos representantes do
povo e não do gestor e seu secretariado?
Penso então,
que quando reflito e exponho minhas reflexões, tenho tão somente o objetivo de
que como profissional e cidadã, não me deixar influenciar por questões
irrelevantes aos interesses maiores de todos nós, cidadãos itaparicanos, pois,
afinal, mesmo leiga que sou quanto aos trâmites legais na condução dos
trabalhos em plenário, sei, como todos sabem, que o cargo de vereador só existe
porque as comunidades humanas precisam de representantes legais que exerçam a
função de defensores de seus direitos individuais, daí o voto individual e não
de grupos, justo para garantir-se através das visões diferenciadas, a legalidade
em prol do desenvolvimento e bem estar do todo.
Reflito
também, que o povo em uma expressiva parcela, já não se sente como se fosse
apenas simples peça manipulável e que há muito compreende que uma revolução de
hábitos e costumes viciados e corrosivos ao bem estar geral, não mais se faz
através da pressa ou da virulência, mas sim através de um aprendizado gradativo
que vai ganhando sentido e oferecendo a sabedoria necessária para ir-se
separando o joio do trigo.
Penso então,
que se os ilustres vereadores, alguns até com vários mandatos em seus
currículos, se derem à responsabilidade pessoal de também refletirem sobre suas
costumeiras posições plenárias, verão como o povo vem enxergando há décadas, o
quanto existe de inversão de propósitos, que hoje, também silenciosos ele, o
povo, enxerga se repetindo, mas que
certamente, nas próximas eleições que não tardará pois o tempo é implacável,
haverá mesmo que aparentemente pouco represente, uma bendita seleção, pois
afinal, este é o meio pelo qual um povo consciente, busca a sua própria evolução.
Esta
reflexão que trago aos meus ouvintes e leitores é tão somente uma forma de
mostrar a cada um, o quanto podemos ser manipulados em nossa ingenuidade e nos
deixar envolver por fofocas e disse me disse, fora ou em sessões plenárias, que
têm como objetivo maior, desviar o foco de nossa atenção, das falhas, das
incompetências, dos desmandos e da total falta de compromisso público que nos
leva a cada dia à também dura constatação, que as décadas se sucedem e nosso
sistema de vida cotidiana e as nossas instituições, permanecem estaticamente
retrógradas, ao contrário do que se pode observar através da TV, do rádio, da internet
ou de qualquer veículo de comunicação que o mundo ofereça.
Nossa cidade
e nossa política de governo continuam paradas, sem viço, sem qualquer
transparência real, num redemoinho constante de flagelação desumana, camufladas
por insignificantes ações de intenções paliativas e eleitoreiras que na
realidade se compõem de apenas, parcas migalhas que brilham ofuscando os olhos
do incauto, em detrimento das necessidades básicas que deveriam, aí sim, ser um
bálsamo alentador das dores e sofrimentos da maioria que apenas, vota.
E aí,
encerro minhas reflexões com o seguinte questionamento:
A quem devem
os vereadores a obrigação de defender?
A nós,
cidadãos que os elegemos, ou uma secretária qualquer que por ter um perfil
humano e supor-se qualificada, no mínimo,
deveria estar dando satisfação de seus atos aos seus legítimos empregadores?
Pensem
nisto, tal qual eu venho pensando...
OBS: Este não
é um texto que busca polemizar e tão pouco ofender esta ou aquela instituição,
apenas dou-me ao direito sagrado e inalienável, tal qual nossos edis fazem
questão de afirmar veementemente em seus discursos, de expor com clareza e sem
camuflagens, minhas dúvidas e certezas quanto as obrigações e direitos dos
mesmos e os efeitos que ambos exercem na qualidade de vida que pode ser
observada e sentida nos quatro cantos desta linda cidade, tão cantada, amada e
idolatrada por tantos e defendida por tão poucos.
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