sábado, 25 de maio de 2013

MEGALOMANÍACA. POR QUE NÃO?



Na medida em que estou envelhecendo, percebo que estou também ficando muito egoísta, exclusivista e todos os demais “istas” que possam existir e que sejam capazes de desviar minha atenção de mim mesma.
Espalhei espelhos pela casa e se passar por eles mil vezes, me olho e até dou uma paradinha para observar melhor, e acreditem, não consigo me convencer que estou envelhecendo e tão pouco que perdi o viço.
Que coisa, hein!
Certamente dirão muitos que me conhecem:
- Ela não mais se enxerga.
Coitada...
Pois é, de repente, será que perdi o senso avaliativo de mim mesma?
Qual nada!
Creio que jamais me vi tão claramente, talvez por esta razão eu esteja valorizando cada detalhe que dantes passou despercebido ou simplesmente, não avaliei na medida certa.
Hoje, cá pra nós, me sinto e me vejo linda, gordinha e gostosa, feliz, inteligente, geniosa, mas também muito carinhosa, cheirosa, rabugenta e super afetuosa e, para ser bem detalhista, creio que sou tudo de bom!
Nossa...
Se também enxergo as coisas ruins?
Será que as tenho ou é você que as enxerga em mim?
Isso não importa, não é mesmo?
Porque em você, eu só enxergo e extraio também o tudo de bom.
Afinal, me sinto solta, alegre e absolutamente livre, principalmente para falar da beleza que encontro em mim e na felicidade de me sentir sem o peso angustiante das ansiedades que devastadoras, em muitas ocasiões, fizeram com que eu só enxergasse, ora com um defeito aqui, outro acolá, ou o que foi pior, não me enxergasse, induzindo-me a crer que os modelos dos outros eram sempre os mais bonitos e com mais sucesso.
Ah! E as opiniões e críticas e os olhares alheios...
Estes me aniquilavam, fazendo em certas ocasiões eu me sentir um cocô perdido na calçada, enquanto os olhares maldosos enterravam-me no buraco fundo de minha incapacidade pessoal de verdadeiramente me enxergar, tal qual a minha realidade.
E qual era a realidade?
Bem, a realidade de um alguém em processo de vida, buscando, querendo, mas  estando, no entanto, sozinha e desamparada, justo por ainda desconhecer  o próprio potencial de megalomania tão necessário e talvez o único caminho possível para que se possa olhar para si mesmo com paixão generosa e, acima de tudo, controlando o medo pelo que vai encontrar.
Pois bem, agora, ou melhor, já há algum tempo, estou apaixonada por mim e quanto mais me admiro e subestimo os defeitos, mais e mais sou também capaz de enxergar a beleza dos demais à minha volta, extraindo e sorvendo todas as qualidades e grandezas.
Jamais imaginei que existissem tantas...
Como estou em permanente estado de êxtase pessoal, tornei-me uma descobridora compulsiva de gente bonita e aí, bem... Vou revelar um segredo pessoal e íntimo:
Sinto-me apaixonada pela vida e em constante gozo. Sinto-me mais leve, mais doce, mais encantada.
Penso então, que viver apreciando as mutações constantes de si mesmo, não é ruim como me fizeram pensar.  Ruim, foi demorar tanto para descobrir o quanto eu e a vida que residia em mim possuíamos para ser apreciado.
Bendito egoísmo que descobri em mim, que me privilegia e me faz feliz!
Feliz até para perceber você, desejando-lhe um sábado com muitos espelhos, onde você possa também começar a se enxergar com muita compreensão e respeito por si mesmo.

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