Novamente
atenta aos comportamentos duvidosos dos políticos de um modo geral e a postura
do povo, mesmo nas suas variantes, vejo-me tendenciosa a crer que não há
diferenças, que na realidade, excluindo-se uma ínfima parcela cuja base
educacional em conjugação com uma base de sustentabilidade familiar,
desenvolveu posturas diferenciais, pois para os demais, demais, este modelo já
é passado, um modelo invariável das mesmas características de formação e
desenvolvimento cognitivo em relação às coisas comuns, empiricamente adequados
a um quadro de desenvolvimento pessoal, onde tudo é permitido, desde que
devidamente ancorado em um conceito quase primata de sobrevivência.
É comum
dizer-se que cada povo tem o governo que merece e sinceramente, após meditação a
respeito, associado aos longos anos de vida, leituras e vivências diversas de
várias bases culturais, percebo assustada que no frigir dos ovos, como
costumeiramente se fala nos jargões de nossa cultura irreverente, esta é uma
verdade daquelas que são praticamente indiscutíveis, a não ser se forem analisadas
por tecnocratas que sempre encontram em seus planos e projetos, soluções
imediatistas que ao longo de nossa história, pelo menos nos últimos trinta a
quarenta anos, vem colocando a base educacional brasileira em patamares
duvidosos, e pior, altamente danificadores, pois fomentam mentes distorcidas
através da mídia e da natural cópia social, a crer em valores frágeis,
inconsistentes e altamente corrosivos a um entendimento mais amplo e profundo
em relação às condutas que se deva ter nas avaliações e consequentes escolhas do
bem e do mal nas relações cotidianas, distorcendo de forma indelével valores de
respeito a vida, com prioridade fundamental à sustentabilidade de um
desenvolvimento coerente e saudável seja psíquico ou simplesmente físico, ou
ambos, que seria a tônica e que determinaria de uma forma mais coerente, uma
igualdade respeitosa dentro da capacidade evolutiva de cada criatura envolvida
no processo de cada universo social.
Por que
estou pensando nisto?
Talvez por
que me incomoda ouvir que, “a vida é assim”, que os “políticos são assim” e que,
nós, povo brasileiro somos assim mesmo, “um povo alegre, solidário, mas ingênuo”
e totalmente afins uns dos outros, inclusive nas canalhices, mesmo que
estejamos como vítimas.
Será?
Ou apenas
somos um povo com estrutura de formação de DNA tão mesclada a outras variantes e
sem receber suporte quanto à criação e preservação de uma identidade particular,
isto sem aprofundamentos quanto à influência da escravização, que fomos atravessando
os séculos sem estímulos salutares quanto ao aprimoramento do sentido de grupo
e de bem comum como características específicas e básicas que, não só garantem
a liberdade individual em qualquer aspecto vivencial, como promovem o discernimento
nas opções cotidianas?
Ou somos
frutos maduros de senzalas e casarios que desenvolveram a capacidade de
conviver com o perigo e consequente medo, por simplesmente não termos
desenvolvido a capacidade de discernir através de sentidos e mente o que nos convém,
como compensação maior e ato contínuo de nos sentirmos existindo?
Complicado para
quem não é mestra, doutora e muito menos, tecnocrata, apenas e tão somente,
alguém curioso que foi induzida a pensar e que recebeu um certo bendito
letramento na idade considerada ideal, ou seja: entre os cinco e seis anos, quando, então, comecei a usufruir do
convívio escolar, coisa que hoje, vem sendo adiada, permitindo assim, criar-se
uma lacuna de aprendizado ainda maior, difícil de ser preenchida, entre o
existir e o partilhar.
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