Os princípios básicos que norteiam toda e qualquer iniciativa criativa, são aqueles em que os sentidos estão mais harmoniosamente integrados a mente. Ao decidir estudar os clássicos filósofos nesta prestigiosa universidade, tinha como propósito, não só enriquecer meu intelecto, razão da busca de conhecimentos que sempre norteou minha vida, como também, encontrar nestes clássicos ainda não lidos, fundamentos gêmeos ou parecidos aos meus pensares em relação à criatura humana, na tentativa incansável de trazê-la para mais próximo de sua própria natureza de humano, biologicamente ligado ao universo, através das energias, as quais não se sentem possuindo.
Particularmente, esperando inclusive não ser interpretada como arrogante ou pretenciosa, creio que o único e intransferível caminho que possibilite uma restruturação educacional que privilegie de norte a sul de nosso espaço territorial, seja a elaboração de um novo conceito de aprendizado em que a criatura humana seja o foco inicial e principal, despertando-a para o exercício da ética existencial e da cidadania politica e religiosa, mas, acima de tudo, priorizando-a como um ser capaz de viver sua existência, compreendendo melhor a importância de sua interação com o espaço e com as demais criaturas, sejam humanas ou não, no qual se encontra inserida.
Este é um processo que acredito despertará a consciência existencial das crianças e jovens, fazendo-as enxergarem seus universos vivenciais, sem véus camuflatórios de quaisquer naturezas e quebrando, ou rompendo assim, um ciclo simbiótico, antigo e arcaico, mas altamente corrosivo, chamado opressão, que infelizmente pode ser observado em todos os conjuntos sociais, principalmente nos locais onde o desenvolvimento educacional ainda se encontra sonolento, como por exemplo, no nordeste brasileiro, mais especificamente nas áreas rurais ou próximas delas, onde a inconsciência feudal ainda predomina, hoje não mais na figura única dos donos de terras, mas na contemporaneidade dos industriais, comerciantes , políticos e ditos formadores de opinião.
Direcionar as criaturas através da educação aos caminhos do pensamento sobre si mesmas e levá-las ao questionamento de suas atuações enquanto pessoas e cidadãs, fará com que elas possam se enxergar, antes mesmo de quaisquer outras considerações vivenciais, despertando-as para um existir mais consciente, tendo como único direcionador por todo o tempo, suas próprias vontades voluntárias, que saberão medir seus limites sem culpas, impulsionando-as a uma liberdade mais ampla no ir e vir de suas aspirações pessoais, inclusive, não as deixando perder o foco, primeiro, da importância delas no contexto existencial.
Portanto, nos estudos que doravante seguirei absorvendo, espero poder participar, não como mera observadora, mas como um ser que pensa, interage e, acima de tudo, que esta ávida a aprender tudo quanto já foi pensado, raciocinado e previamente concluído por mestres maiores das filosofias, antiga, medieval, moderna e contemporânea, com a ousadia de quem teve o privilegio de se ver e sentir integrada à vida em seu todo, esperando que o núcleo de professores filósofos que compõe o quadro de formadores de educadores do futuro, possam compreender a magnitude da necessidade em se estabelecer, pioneiramente, uma mentalidade progressista, humana e respeitosamente participativa, para que efetivamente, gerar e gerir mentes criativas no reconhecimento de suas enormes possibilidades no trato do ato de educar, fazendo destes supremos ministérios pessoais, vertentes de luzes esclarecedoras que certamente aos poucos, mas sistematicamente, irão esclarecendo as criaturas em seus vivenciares cotidianos.
Espero que o Campus de Amargosa, através dos postulantes de seu corpo docente, façam diferente, com a ousadia dos renovadores, transformando o CFP, em referência quanto a excelência na formação pioneira de educadores mais preparados para interagir com as mentes criativas dos jovens, fazendo-os mais completos e conscientes seres humanos.