domingo, 23 de agosto de 2009

Quem sou e o que faço...



foto: blufiles.storage.live.com

Desde os doze anos, quando então tenho lembranças, observo tudo ao meu redor ávida em absorver conhecimentos mais profundos, como se apenas o aparente não fôsse suficiente. Alguns questionamentos fizeram e fazem parte de meu possível entendimento em relação a qualquer coisa, já que absolutamente tudo para mim possui uma lógica, onde o óbvio é apenas uma capa de proteção mais que individual que mantem as pessoas com a sensação de entendimento sem que estas adentrem em reais fatos, o que faz lógica em suas mentes viciadas em tão somente circularem pelas periferias em seus momentos instantâneos de convivência, seja com o que for.

Na realidade não sei explicar exatamente como e porquê minha mente desenvolveu este hábito, ou se já nasci assim, apenas constato a minha realidade que reconheço pode chegar a incomodar a outros em dados momentos, justo porque nós criaturas humanas estamos por todo o tempo fantasiando.

Estas sempre foram alvo de meu fascínio, exatamente pelas suas infindáveis performaces que fui descobrindo serem como imãs a atrair minha atenção, não sem provocarem grandes danos ao meu racional, que precisou de décadas de práticas diárias para assimilar a compreensão através de um comparativo postural individual em relação ao postural de outros e então condensar em grupos de afinidades, o que na medicina tradicional seria classificado como patologias específicas, mas que para mim eram tão somente o conclusivo em minhas observações e que pelo contato sistêmico se atraiam em função de afinidades, não sem antes buscarem afinidades no próprio cosmos existencial, através dos sentidos de forma inconsequente e sem qualquer seleção, fosse por afinidade ou necessidade.

Lembro-me que em certa manhã do ano de l998, enquanto tomava o café da manhã, como de hábito meus olhos se deixaram enxergar um vasto verde pasto através da janela de vidro que emoldurava toda aquela tranquila paisagem, onde o gado já pastava calmamente sob a suave quentura de um sol ainda ameno.

Em todas as manhãs, excluindo apenas aquelas em que a chuva era muito forte, a cena se repetia e eu percebi com absoluta nitidez a minha dependência do verde e da sensação de paz que aquela cor me proporcionava, concluindo que esta dependência era apenas fruto de um hábito que se desenvolveu devido a impulsos sensitivos.

A partir desta conclusão, inclinei-me a crer que os demais sentidos poderiam juntos ou em separado se tornarem grandes aliados de minha mente e consequentemente inseridos em meu conjunto racional, levado-me a posturas mais autênticas de mim comigo mesmo, proporcionando-me uma mais real e, portanto, menos invasiva conduta postural como um todo.

Agora ,relatando estes fatos, pode até parecer que todos estes entendimentos vieram facilmente e que em um estalar de dedos passei a registra-los em forma de teses.

Ao contrário, precisei mais que tudo em minha vida adentrar em mim mesma, buscando respostas por todo o tempo, desviando-me das infindáveis camuflagens produzidas pela minha mente e pelo meu emocional, habituados que estavam a somente observar o alheio.

Fui descobrindo, muitas vezes apavorada, o quanto eu perdera de precioso tempo de vida, dedicando-me a ações, interesses e pessoas que absolutamente nada tinham em afinidades com as minhas reais necessidades,restringindo a dedicação a necessidades criadas pelo sistema e que me foram transmitidas como reais e pessoais.

Descobrir-me, mesmo que lentamente, uma fraude de mim mesma foi uma tarefa árdua e dolorida, mas foi através da tenacidade em não sucumbir que quatro anos depois, exatamente em março de 2002, comecei a colocar em uma forma sistematizada os aspectos comportamentais desde o nascimento, que compreendi ser de fundamental importância para um aprendizado natural quanto às posturas que norteariam o universo da criatura, levando-a a uma vivência no mínimo mais lúcida e esclarecedora de suas reais necessidades e evitando, assim, chagas físicas e mentais desnecessárias, além de proporcionar uma convivência social mais leve e saudável. Percebi também a necessidade de que este aprendizado fosse iniciado concomitantemente ao ensino fundamental, justo para que de lá fosse levado pela criança, como um agente transmissor, ao seio de sua família.

A partir daí, fui desenvolvendo uma tese que denominei de REEDUCAÇÃO EXISTENCIAL, que seria o passo primeiro e, portanto, primário e de base fundamental para que mais adiante, quando, então, estivesse já cursando da quinta série em diante, pudesse melhor assimilar as noções básicas oferecidas pela didática sociológica.

Em momento algum de meus entendimentos e registros tive qualquer preconceito quanto ao fato de serem chamados de Auto Ajuda, como forma grosseira de depreciação, justamente por não haver em minha formação o curso destinado a psicologia. Jamais busquei invadir searas alheias ao meu entendimento e este se restringe ao que me pertence por direito, que são os meus sentidos, a minha mente e as experiências vivenciais de minha própria pessoa , munca em tempo algum citando como exemplos terceiros ou determinando tratar-se de entendimentos extraidos deste ou daquele livro de referência acadêmica.

Os entendimentos relatados são resultados obtidos através de um auto conhecimento, fonte abastecidamente rica de subsídios que acredito terem sido também utilizados pelos primeiros estudiosos, geradores de todos os básicos conceitos largamente utilizados através das gerações pelos estudiosos de qualquer natureza acadêmica contemporânea.

Comecei, portanto, meus registros observatórios e conclusivos de meus entendimento e consequentes amparos reparadores, escrevendo uma trilogia que denominei, por ordem cronológica de execução, de: EQUILÍBRIO, RAZÃO E AMOR -BEBIDA... MULETA EXISTENCIAL - MORADA DA LOUCURA.

Nesses trabalhos, utilizei-me de personagens absolutamente fictícios para exemplificar em forma figurada, a fim de que fosse possível um mais rápido entendimento daqueles que viessem a ler, sem que fosse necessário qualquer conhecimento específico nas áreas da psicologia e seus prováveis procedimentos. Desta forma, seria possível uma visualização pessoal direta ou indireta das situações apresentadas.

Entre 2002 e o início de 2004, concluí este trabalho e, a partir do mes de julho do mesmo ano, movida pela curiosidade quanto as figuras de determinados personagens biblicos, como Jesus e Paulo de Tarso, adentrei no universo do novo testamento , traçando paralelos destas criaturas e seus posicionamentos com minhas próprias descobertas pessoais quanto a experiência de se sentir existindo, tendo o controle sobre os medos oriundos das culpas que nos foram imputadas pelo sistema vivencial em nossas distintas épocas.
A partir daí, criei discussões em forma de conversas com um personagem, também fictício, como se este fosse um dedicado professor e eu uma aluna, disposta a questionar segundo a lógica de meu proóprio entendimento sobre os fatos registrados e há dois mil anos divulgados. Embasei-me na presunção que tais afirmativas ou dúvidas seriam algumas que as pessoas de um modo geral poderiam também fazer, nem que fosse a si mesmos. O primeiro denominei de : JESUS E EU e o seguinte: PAULO... O CONVERTIDO.

Em ambos os trabalhos fui reconhecendo a formação de determinadas posturas absolutamente indutoras de desiquilíbrios emocionais, que por sua vez induzem a uma somatização inconsciente de um cem número de doenças físicas, além de produzirem profundos desconfortos sociais de convivência sistêmica.

foto: blufiles.storage.live.com

Neste ponto evolutivo de meus entendimentos, senti na pele o desespero em crer estar sendo possuida por um DIABO, pois cria não me ser possível ter chegado a tais conclusões sem que não estivesse sendo guiada por um agente poderoso e perverso que me induzia a jogar por terra tudo quanto havia servido de norteador de minhas condutas.
Dessa luta interior, nasceu mais dois doloridos registros, que denominei de: DEUS E O DIABO e COMPLEXO DE DOR SOCIAL.

Foram dois anos onde experimentei vivenciar o meu apocalípse pessoal, que se expressou através da dor em ver ruir tudo quanto acreditava representar as minhas estruturas. Não houve um só momento onde não houvesse questionamentos cruéis que pareciam espadas afiadas cortando crenças e supostas verdades.
Pensei estar adoecendo da mente e do físico, tal foi a violência dos efeitos devastadores da perda de determinadas amarras posturais, oriundas de condicionamentos de todos os níveis em minha vivência. A partir da conclusão deste trabalho, permaneci quieta sem qualquer direcionamento de continuidade por quase todo o ano de2007, voltando aos meus registros somente a partir do mes de novembro, quando então por todo o ano seguinte escrevi: VIDA E LIBERDADE, em dois volumes distintos. Nestes trabalhos,volto-me para a aplicabilidade do que acredito ser um método a ser utilizado a partir da escola com o objetivo de em médio e longo prazos atingir-se as famílias em suas relações de convívio afetivo.

No decorrer destes anos de mergulho no meu emocional e na busca de entendimentos existenciais, adentrei em particularidades patológicas, supostamente originadas pelas pressões sistêmicas e pelas genéticas física ou emocional, e busquei traduzir uma a uma as manifestações
posturais através de um dissecamento de determinadas patologias e emoções provocadas através da emoção do medo em suas ramificações.
Daí, surgiu um entendimento maior a respeito da ansiedade, que gerou um trabalho intitulado: COERÊNCIA EXISTENCIAL, onde com uma narrativa mais abreviadamente simples, procuro apresentar exercícios a serem praticados a fim de possibilitar uma auto-cura ou, o que é melhor, uma prevenção quanto aos ataques com os quais a criatura ainda precisa conviver com ela mesma e com os demais no cotidiano. Ensaiei um estudo sobre outra patologia muito expressada no dia-a-dia, que é a paranóia ou esquizofrenia paranóica, onde faço de mim mesma um dissecamento desde a mais tenra idade.

Escrevi, também, alguns contos, onde abordo os conflitos internos familiares e suas consequencias em meio ao conjunto vivencial das criaturas em seus universos pessoais, cujo título é: EMOÇÕES.

Anterior a todo este estudo e registros, publiquei dois livros com os seguinte títulos: FONTE DE VIDA e FORÇA ESTRANHA. O primeiro, dedicado às crianças em forma de poesias ecológicas, ressaltando a importância da água e do ar na sustentabilidade da vida, e o segundo, também em forma de poesias e algumas prosas, relato com datas e locais momentos de vida onde deixo-me espelhar através das mais autênticas emoções.

Durante uma vida voltada ao entendimento emocional em suas variantes de adequação sistêmica, tive a oportunidade em expressar minhas observações através de vários meios de comunicação em que tive o prazer de trabalhar, fosse em Brasília, Minas Gerais ou Bahia.

Atualmente, dedico-me a conclusão dos estudos sobre a paranóia e desenvolvo um projeto a ser inserido como didática da convivência no ensino fundamental, além de manter uma coluna mensal em um jornal que edito no interior da Bahia, onde encontrei um solo fértil à proporcionar-me as condições ideais ao desenvolvimento de minhas atividades.
Quando sou questionada sobre o que realmente faço ou sou, respondo que tão somente sou uma criatura repleta de amor à vida e com muita observância em tudo que nela reside.
E aí, sendo assim, sou um pouco de tudo, pois o tudo esta inserido em mim como em um ciclo ininterrupto de vida e liberdade, respeito, fidelidade e amor.

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