sábado, 8 de julho de 2017

PENSANDO...


Nada se equivale mais que um mal-estar profundo para nos remeter à conscientização da inutilidade de nossos palpites em relação a algumas situações do mundo vivencial.
De repente, tudo perde o sentido, tudo se torna uma repetição cansativa, inútil, e a nossa imagem conclusiva que nos caracteriza se funde a um emaranhado de conclusões alheias, sem que seja possível vislumbrar uma luz no fim do túnel, e a isto, chamo de prioridade, afinal, sem hipocrisias, é preciso que reconheçamos que somos mais importantes que qualquer ato heroico ou desavergonhado que qualquer criatura humana seja capaz de produzir em seu campo pessoal de atuação.
E como tudo que fazemos, pensamos e dizemos, inexoravelmente a política está inserida, mesmo que sequer saibamos a sua definição; concluo que, não sem dor na alma que se reflete no físico, o que nos representa no cenário, seja político, jurídico ou empresarial, é tão somente nossa imagem e semelhança.
Somos um povo sem entranhas de pertencimento, repleto de paixões passageiras, incapaz de planejar futuro, resguardar passado, preferindo adaptar-se ao presente.
Em dado momento da história da construção política de nosso país perdeu-se o fio da meada, e com ela, todos os parâmetros reais que pudessem representar um norte que fosse no mínimo coerente e decente a um bem comum, e como uma construção feita de puxadinhos, jamais conseguimos imprimir uma arquitetura que tivesse personalidade definida, ficando tão somente seus observadores como críticos alienados, palpiteiros sem compromisso com uma fundação pra lá de improvisada.
Não há visão de todo, e nessa confusão arquitetônica emitimos os nossos pareceres a respeito deste ou daquele construtor, crendo que, como salvadores, garantirão nossas parcas acomodações, a despeito de suas qualificações.
Somos um povo medíocre em nossas aspirações, ingratos frente as riquezas que possuímos como herança, e totalmente incapazes quanto ao reconhecimento de nossa própria ignorância em crer que somos espertos e que esta esperteza é um reflexo de nossa inteligência.
Ledo engano que as sucessivas decepções nada nos ensinaram. Falta-nos o devido comprometimento com a nosso próprio bem-estar, no reconhecimento do que sejam direitos e deveres em cada universo pessoal que estejamos crendo infantil ou idiotizadamente que nada é de nossa direta responsabilidade, permanecendo cada um de nós como sujeito crítico sem qualquer lógica que faça sentido, numa demonstração primária de nossa total falta de educação espacial.
Deixamos inconsequentemente o nosso barco à deriva ao ponto de nesse momento crucial em que estamos a um quase inevitável naufrágio, desesperados, e sem mesmo entendermos os porquês, buscamos soluções de salvamento incompreensíveis aos olhos do bom senso, resgatando como boias de salvação velhos marinheiros, tão ineptos e imediatistas quanto nós, forçando assim uma volta aos velhos hábitos de uma inútil vida de apenas aparência.
Mas que sou eu...

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