Nem sempre
de forma harmoniosa para todos, todavia, que coisa bonita é vê-lo passar sem
mágoas dos desgastes naturais que vai causando pelo caminho.
Dentre as
coisas extraordinárias que fui observando e aprendendo a admirar ao longo
destes 15 anos de Itaparica, certamente, as pessoas foram as principais, numa
combinação mais que perfeita com a força e a beleza poderosa deste mar que a
cerca, formando o mais belo espetáculo às minhas retinas e a minha alma.
Esse
conjunto de sensível beleza, fez brotar em mim pela primeira vez em toda a
minha vida, o bendito senso de pertencimento, fazendo de mim, uma constante
cuidadora, repleta de forças para superar meus próprios desgastes que o tempo safado,
tem criado pelo caminho.
E é muito
bom observar que não estou sozinha, não só no reconhecimento deste acolhimento,
como no prazer da retribuição. Alguns há mais ou até menos tempo, mas todos,
numa disposição contínua, que se renova a cada amanhecer, através de um bom-dia
sorridente, da visão inebriante deste mar ou de ambos, que são os verdadeiros
elixires de vida.
Que nesta
segunda- feira que fecha o mês de julho que surpreendentemente, foi de frio e
muita chuva, deixemos os quinhões merecidos que estão sendo oferecidos a nossa
vizinha Vera Cruz e voltemos nossas atenções ao oferecimento à nossa linda, bucólica e aconchegante
Itaparica, dando a ela o que certamente, temos de melhor que é o nosso carinho
respeitoso, através de pequenas, mas poderosas ações individuais que no
somatório, garantirão a continuidade saudável deste pequeno território, cuja
grandeza maior é o seu próprio povo, seu próprio chão.
Meus
respeitos a todos aqueles que como eu, por aqui aportaram e se apaixonaram,
comportando-se como se filhos dela fossem, assim como, peço desculpas por ser
tantas vezes, ranheta e até briguenta na defesa dos seus muitos direitos de ser
preservada.
Afinal, se
podemos amenizar superando em nós, os estragos naturais que o uso de nosso
corpo e mente sofrem, também podemos através do renascimento diário que sorvemos
energeticamente daqui, estender nossa gratidão, fazendo brotar em cada ação do
nosso cotidiano, um ato cuidadoso de amor pela nossa Itaparica.
Somos o que
nos propomos a realizar. E quando achamos enganosamente, que a grama do vizinho
é a mais verde, perdemos a oportunidade de regarmos o nosso próprio Jardim, no
reconhecimento genuíno de que por mais próximos que estejamos um do outro,
somos absolutamente, diferentes, com necessidades distintas e com anseios incopiáveis
e que só nos tornamos iguais, através da determinação de lutarmos por uma mesma
intenção.