Eta mundão
velho, onde a cada dia torna-se mais e mais impossível uma convivência menos
traumática, num paradoxo jamais visto.
O véu das
camuflagens empanam sentimentos e emoções, preferências e realidades, num
frenesi em favor das “aparências”, num me engana que eu gosto, absolutamente
danoso e nos transformando em baús de pólvora, sempre prontos a explodir.
Ferimos de
morte nem que seja com a nossa omissão, a ética pessoal, numa tenacidade sem
qualquer consciência de que, agindo assim, estimulamos a prática do mau
caratismo que sufoca também de morte posturas que nos parecem fora de moda,
coisa do passado, numa era onde ser decente, sincero e amigo, só é permitido
aos fracos e medíocres.
E assim,
vestindo trajes de seriedade, concordância e mentiras, convivemos aos trancos e
barrancos, por todo o tempo, tentando nos desviar das constantes explosões que
surgem em forma de traições, intolerâncias, preconceitos, cotidianas violências
que também vamos aprendendo a praticar como forma primária de defesa, num ciclo
vicioso que só faz crescer.
E então
penso que vivemos num retrocesso emocional em prol de um progresso material e
que velhas e arcaicas são estas posturas que me remetem a histórias antigas da
humanidade onde o cérebro só processava uma lógica, que era o de tão somente
ser um tradutor e executor dos sentidos que lideravam a expertise da
sobrevivência a qualquer custo, valendo-se da força, tendo como recompensa os
prazeres da esbórnia e do orgasmo.
Exagero,
pessimismo?
Basta que se
permaneça por algum tempo como observador para se perceber a fragilidade humana
travestida de modernismos, direitos e liberdade, servindo de suporte ao feio,
pobre e mentiroso convívio de qualquer natureza.
2016 - Ano
eleitoral, os mesmos atores entram em cena e os velhos personagens ressurgem representando
seus já bem decorados papeis e nós, como público fiel, aplaudiremos, para mais
adiante vaiar e também numa simbiose para lá de doentia, seguirmos em nome da
esperança, acreditando que estamos evoluindo e que tudo será melhor amanhã.
Quem disse?????
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