Estou há
algum tempo olhando fixo para as árvores, espreitando a imobilidade das mesmas,
pois nem mesmo os coqueiros bailam e isto me parece incrível.
Percebo que
o meu pedaço de universo resolveu dar um tempo em suas movimentações, abrindo espaço
para uma enormidade de pássaros que, desta forma, se evidenciam em sua
cantorias diversificadas, mas que no conjunto final, representam as boas vindas
da vida, tão necessária para que, aos poucos, cada um de nós consciente ou não
de suas presenças, possa ir tomando pé de um novo dia.
Se me
contassem eu não acreditaria neste paradeiro dos céus e, obcecada, não desvio
os olhos, na esperança de ser testemunha do retorno dos movimentos que trazem a
bendita brisa que sempre me encanta, pois alisa-me por inteiro e atesta a minha
paixão pela vida
A manhã lá
vai clareando lentamente e, desta vez, sem brisas para recebe-la, sem o sol
para traçar o seu caminho, apenas eu e os pássaros, teimosos e obstinados,
permanecemos fiéis a observá-la.
Ouço alguns
fogos sucessivos à distância e penso que também outro alguém já acordado saúda
algo, será também a vida?
Incrível,
nunca vi nada igual, o tempo está passando e tudo permanece imóvel e os galhos
só balançam ao bailado dos pássaros que inquietos como eu com tanto paradeiro,
sapateiam, numa dança agitada, como se quisessem, também como eu, chamar a vida
ao cotidiano do qual já nos acostumamos, dizendo:
- Bom
dia, bom dia, amada brisa, que tal iniciarmos mais um dia das nossas vidas!?!?!
Nenhum comentário:
Postar um comentário