sábado, 23 de janeiro de 2016

INCRÍVEL PARADEIRO


Estou há algum tempo olhando fixo para as árvores, espreitando a imobilidade das mesmas, pois nem mesmo os coqueiros bailam e isto me parece incrível.
Percebo que o meu pedaço de universo resolveu dar um tempo em suas movimentações, abrindo espaço para uma enormidade de pássaros que, desta forma, se evidenciam em sua cantorias diversificadas, mas que no conjunto final, representam as boas vindas da vida, tão necessária para que, aos poucos, cada um de nós consciente ou não de suas presenças, possa ir tomando pé de um novo dia.
Se me contassem eu não acreditaria neste paradeiro dos céus e, obcecada, não desvio os olhos, na esperança de ser testemunha do retorno dos movimentos que trazem a bendita brisa que sempre me encanta, pois alisa-me por inteiro e atesta a minha paixão pela vida
A manhã lá vai clareando lentamente e, desta vez, sem brisas para recebe-la, sem o sol para traçar o seu caminho, apenas eu e os pássaros, teimosos e obstinados, permanecemos fiéis a observá-la.
Ouço alguns fogos sucessivos à distância e penso que também outro alguém já acordado saúda algo, será também a vida?
Incrível, nunca vi nada igual, o tempo está passando e tudo permanece imóvel e os galhos só balançam ao bailado dos pássaros que inquietos como eu com tanto paradeiro, sapateiam, numa dança agitada, como se quisessem, também como eu, chamar a vida ao cotidiano do qual já nos acostumamos, dizendo:

- Bom dia, bom dia, amada brisa, que tal iniciarmos mais um dia das nossas vidas!?!?!

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