Inúmeras são
as razões que me levam a escrever diariamente, afinal, o mundo é agitado e por
todo o tempo, sou bombardeada com as passadas e os atropelos humanos e, assim,
vou filtrando os excessos e condicionando minha mente a tão somente reter o que
ela é capaz de compreender, mesmo que ao escrever, vez por outra, a mente
insista na não compreensão.
Ao
estabelecer em minha mente um tema, vou como uma cascata de aguas claras,
deixando fluir todo o sentido, que sou capaz de vislumbrar, mesmo que muitas vezes,
me seja totalmente sem sentido, o que analiso ou simplesmente narro,
transformando num texto, as imagens que desfilam, buscando ordenamento.
O
questionamento de minha devoção aos escritos, sempre está presente, querendo
explicações, afinal, a ligação é tão forte com meus hábitos cotidianos, que
sequer sou capaz de mensurar meus instantes presentes sem a leitura e a
escrita, como se ambos fossem o combustível renovador do ar que me nutre.
Neste
instante pensando nisto, volto ao passado, quando ainda era uma menina e penso
na sensibilidade que se apossou de mim e que, apimentada através de uma
curiosidade comedida, induziu-me a observar tudo ao meu redor, buscando e indo
além do óbvio, querendo dissecar as intenções, bisbilhotando fundo, até as raízes
dos propósitos.
E quais
propósitos são possíveis de serem entendidos em meio a este caos que se descortina
em meu país?
Sinto que a cada
notícia, perco um pouco da inocência em acreditar que nascera num país onde
tudo era mais bonito que nos demais.
Confesso que
me sinto enojada ao constatar tanta desfaçatez, mentiras e roubalheiras que
claramente justificam todas as mazelas, possíveis de serem encontradas, nos
quatro cantos dos ouros e dos verdes, pendões do meu Brasil.
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