A casa está
silenciosa, mas vindo lá de fora, posso escutar os grilos e as rãs, também um certo
pássaro que insistente, emite um som como se a outro chamasse, talvez, um
parceiro de insônia, vai-se saber.
Os cães,
estranhamente estão calados, somente ouço o som de um latido rouco, bem
distante.
Existe um
som muito próximo que insistente, inunda minha mente, trazendo lembranças, nem
tão recentes, algumas de tão antigas, me parecem não me pertencerem, aguçando
minha curiosidade, causando-me também por instantes, um certo incômodo.
Descubro
então, que sou eu, conversando comigo mesma, num colóquio amistoso de revisão
de aprendizado.
Bocejo uma,
duas vezes, como que para atrair o sono que, simplesmente até agora, não se
manifestou, talvez abrindo espaço às recordações, que melhor se manifestam,
quando o silêncio é maior.
Há muito,
venho me exercitando na convivência comigo mesma, encarando sem receios ou
pudores, os safados dos meus demônios interiores, que também insistentes,
duelam por todo o tempo na tenaz certeza de que, num momento de descuido, poderão
derrotar o meu “Deus” interior,
comandante parceiro dos meus instantes presentes.
Por uma
fração de segundo, tudo se cala e eu me abraço, estreitando-me em mim mesma,
cobertor seguro aos meus insensatos arrepios.
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