Quando percebemos
que somos capazes de uma auto avaliação, logo percebemo-nos também frágeis
quanto a resistência que existe sobre a batuta dos velhos hábitos e, por mais
que venhamos a acredita que já evoluímos de forma considerável, lá vem ela,
astuta, e perigosamente sutil vaidade, mostrar-se de forma despudorada, jogando
por terra de forma impiedosa, toda a nossa arrogância de nos crermos imunes.
Como é
difícil a constatação do imperfeito em nós. Como é dilacerante, o confronto com
o inadequado que por mais que o vigiemos, lá está ele, espreitando
sorrateiramente, sempre pronto à uma nova investida.
Basta um
ínfimo descuido, apenas uma pequena brecha e toda a força de nossa visão
pequena de nós mesmos se reflete em nossas posturas físicas e emocionais, como
uma poderosa pororoca que incontrolável, arrasta consigo anos e anos de
esforços regenerativos.
“Choraste?! –
E a face mimosa, perdeu as cores da rosa e o seio todo tremeu?!” Casimiro de
Abreu, As Primaveras
E de um
ínfimo instante ao outro, perplexos constatamos que por mais que nos esforcemos
para nos tornarmos pessoas melhores, ainda nada mais somos que eternos aprendizes,
na feitura contínua de um reparo pessoal.
Parece uma louca filosofia, afinal, buscar sair do insano ciclo das aparências em meio a uma humanidade que fez dela o seu antídoto para a dor de perceber-se absolutamente, só?
Talvez...
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