Se olharmos para o tempo chuvoso (pelo menos em Itaparica),
na tentativa de associá-lo ao humor divino, diria sem dúvidas que Jesus, no dia
comemorativo de sua ressurreição, não está nada satisfeito com o nosso desempenho
de criatura humana que, a princípio, por ser abastecida com razão e lógica,
emoções e sentimentos, deveria ser bem mais adequada a sua perfeição, se
comparada às demais criaturas, bem menos agressiva, bem mais inteligente em
seus reconhecimentos pessoais, bem menos oportunista.
Certamente,
se formos por esta linha de pensamento, constataremos que a decepção de Jesus
deve ser enorme, e que somente sua capacidade amorosa é capaz de frear seus
poderosos impulsos em voltar à terra imediatamente, e nos dar um corretivo
severo por sermos tão assustadoramente ingratos, rudes, ambiciosos e sem
qualquer noção maior de reconhecimento de todas as nossas potencialidades que,
generosamente, nos foram ofertadas pelo seu pai e por ele confirmado há dois
mil anos, através de um calvário pessoal.
Ao invés de
castigo, este pai amoroso deixa rolar chuvas pesadas de lágrimas, trovões de
dor, relâmpagos de esperança de que suas faíscas de luzes nos façam acordar
desta inércia existencial que abrevia a nossa vida e faz doer o tudo o mais.
Penso,
então, que pelo menos no dia de hoje, sejamos capazes de frear a nossa vaidade,
nosso medo e nossas frustrações, fazendo de nossa capacidade amorosa, que
existe e precisa ser despertada, um bálsamo para nós mesmos, dando passagem à
nossa criatividade espiritual para que consigamos ser bem maiores que o sistema
que nos vicia, nos sufoca e nos corrompe.
Um pai
amoroso, sempre compreende e abre os braços para o acolhimento, fazendo o sol
de seu sorriso, surgir após a chuva e, carinhosamente, nos aquecer.
Bendito sol
que brilha lá fora.
Bendita vida
que nos permite mudanças.
Um beijo doce
no coração de meus amigos e um domingo de Páscoa recheado de paz.
Nenhum comentário:
Postar um comentário