Amanheci tendo
como privilégio as maravilhas do “Bom Dia” especial que a natureza generosa me
ofereceu e, como de costume, abri meus e-mails e lá estava um texto que me foi
enviado pela querida amiga, Eloysa Cabral.
A crônica se
referia aos índios e ao descobrimento do Brasil e apesar de ser muito
interessante, tornou-se fantástica, justo por ter sido escrita por uma criatura
que foi a minha primeira grande inspiração, afinal, Sandra Cavalcanti,
simbolizou em minha infância e adolescência, tudo quanto eu gostaria de um dia
me tornar.
E aí, voei
para a minha juventude e, sorridente, relembrei o meu sempre encantamento em
todas as ocasiões em que tive a oportunidade de ouvir esta senhora, nos seus
sempre improvisados discursos, que enervavam seus adversários, mas com certeza
enriqueciam e encantavam a mim.
Lembro-me
com imensa nitidez do prazer que eu sentia ao ouvi-la discursar, meus olhos brilhavam
de emoção e minha mente devorava cada palavra, cada argumentação, reforçando a
minha determinação em copiar em tudo por tudo aquela arrojada mulher que
quebrava paradigmas, amparando com inteligência e conhecimentos sempre muito
amplos as suas argumentações.
Sua figura
era reservada, sempre vestindo roupas sóbrias, mas lembro de que em sua maioria
claras, cabelos levemente ondulados e de comprimento médio para curto, seu
rosto limpo e de expressão forte e o sorriso amplo, mas contido, fechava o
quadro que me parecia perfeito.
Faço as contas e fico feliz que aos 89 anos, longe da
política e dos negócios, esta professora, jornalista, vereadora, Deputada
Estadual e Federal e Presidente do extinto BNH, lacerdista convicta e polêmica
contumaz que marcou minha formação intelectual, esteja viva e saudável.
Penso então, na importância das referências na formação
psicológica e intelectual das criaturas e reforço ainda mais a minha convicção
quanto aos valores éticos e posturais e nas suas preservações, cuidando-se, no
entanto, da devida adaptação às realidades de cada momento.
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