sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

MENSAGEM
            Sentada frente ao mar  com os olhos bailando por tamanha beleza e estando cercada de inúmeras outras criaturas que, como eu, também são aficcionadas nas grandezas desta natureza primorosa, coloco-me a pensar na solidão do exclusivismo de meus neurônios, no quanto o ser humano é capaz de compreender algumas belezas e, simplesmente,  desconsiderar a maior de todas, que é o próprio ser humano no qual representa.
            Incrível! Ainda em silêncio, desvio o olhar e vou, então, focá-los em uma por uma, observando seus traços fisionômicos, o tom de suas vozes, a ligeireza de seus racionais, os contornos de seus corpos nas diferentes etapas cronológicas, alí tão expressivamente representado e, lentamente, alterno o olhar em cada criatura e em seguida no mar, como se alternasse goles de vinho diferenciados e para poder senti-los sem confusões, bebesse água pura para lavar o paladar, que neste caso é o mental.
            Vez por outra, respiro fundo, ensaio em piscar mais lento dos olhos, como que para adequar a profusão de informações que meus olhos e energias, são capazes de captar.
            Um almoço? Apenas uma reunião de velhos amigos, sendo eu a única estranha?
            Talvez a olho nu, mas a experiência sempre me direciona a uma percepção mais profunda em relação as minhas idas e vindas sistêmicas, fazendo crer sem qualquer dúvida que na realidade cada dia, cada encontro, sempre tem como propósito, levar-me a mais um pouco de vivência, onde posso, então, como aluna dedicada, alçar graduações mais avançadas nesta minha universidade perpétua, onde a minha própria evolução vai se consolidando, aparando arestas que insistentes bloqueiam das evolutivas nesta expressabilidade de vida na qual me vejo e me sinto inserida.
            Desvio o olhar para o meu próprio interno, em seguida, venho para fora e me enxergo na presunção de um ser que crê tudo ou quase tudo já ter visto e consequentemente aprendido e, de repente, meu ar foge de mim por milionésimos de segundos, momentos necessários para que mais uma vez eu perceba que nada ou quase nada ainda sei e no quanto ainda tenho a aprender para compreender a complexidade do humano em sua relação consigo e com a vida.
            O mar continua lá na sua aparente repetição de movimentos, coberto pelo céu amparador  de não menor força e beleza, e lá estou eu, aparentemente igual, fazendo o que mais gosto e preciso que é justo apreciar, mas dissecando a vida em um frenesi compulsório de tudo dela absorver.
            Levanto-me e vou embora, não sem antes dar mais uma olhadinha neste mar bendito que me ensina, me abriga e me fascina.
         
        Existem formas variadas de possibilidades de se enxergar as energias, e uma delas é no fechar dos olhos, deixando-se a alma como fotógrafo da vida ininterrupta que, insistente, cria vida através da vida.
             (conclusão ocular)
Que esta sexta-feira, linda de ainda verão, você seja também capaz de fechar os olhos para enxergar a si mesmo, buscando compreender o seu lugar neste mundo de “meu Deus”, sem qualquer medo ou receio de apenas ser feliz, na certeza absoluta que a vida é  bonita, é bonita e é bonita.
Regina Carvalho,


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