Quando a lembrança da finitude me toca, penso logo em tudo quanto vou deixar de enxergar e sentir, penso logo nas pessoas e nas coisas maravilhosas com as quais convivi até o momento, e ao invés de sentir tristeza, sorrio, ainda pensando que por estar viva, só a capacidade de recordar, fazendo de cada lembrança uma oração de agradecimento, também me inspira a buscar novas e entusiasmadas esperanças de que a minha finitude, não tenha pressa.
Penso nela,
como uma viagem que um dia não poderei mais adiar e, então, sinto uma estranha
pressa interior que estimula todo o meu ser em querer a, cada instante, apenas
vivenciar o melhor, fazendo de minhas vontades espertas selecionadoras de
qualidade que me sejam afins, não me permitindo, seja conscientemente ou não,
abraçar o inadequado, numa bendita compreensão de que a minha permanência nesta
expressabilidade de vida, só vai diminuindo e, com certeza, não posso perder
tempo algum.
Penso também
nos abraços e nos beijos, nos sorrisos e nos acenos que recebo a cada dia, num
somatório fantástico, com os quais me viciei a conviver e que, sem dúvidas, são
os responsáveis diretos pelas minhas opções diárias, fazendo-me seguir sem titubear
pelas veredas da absoluta tranquilidade em só desejar a cada milionésimo de
segundo a estar em êxtase com os meus sentimentos, direcionando-os sempre a esplêndidas
perspectivas, pois não posso, ainda, abrir mão desta minha permanência que,
afinal, é bonita, é bonita e é bonita.
Hoje, por
exemplo, vou visitar duas lindas criaturas que fazem parte deste meu universo
de permanência existencial e para comemorar a primavera que chega amanhã,
sorrindo, levarei para elas, flores, expressão completa de minha alegria por
estar viva e poder com elas conviver.
Para você
que, pacientemente, leu os meus pensamentos, mando uma rosa imaginária, na cor
de sua preferência, desejando um dia de muita luz e que a primavera, amanhã,
chegue também para você para lembrá-lo com alegria de que a vida é bonita, é
bonita e é bonita.
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