domingo, 8 de setembro de 2013

E aí..


Pensando nas manifestações nacionais que vem ocorrendo ao longo destes poucos meses, lembro comparando imediatamente com as motivações dos jovens do passado e, acima de tudo, também recordo as posturas dos integrantes do “Diretas já” e penso que a diferença está justo na “evolução”  de hábitos e costumes e, principalmente, na absurda diferença de objetivos, já que naquela época ainda existia  pelo menos a sensação de ética reinante, tanto nos meios políticos, como na condução de hábitos e costumes do povo.
O acesso aos bancos escolares em 1964, com certeza era pífio em relação aos dias de hoje, mas meu Deus, se faltava letramento, com certeza sobrava educação.
Penso nisto, todas as vezes que me vejo tentada a aceitar as falácias que chegam onduladas em meus ouvidos como se fossem verdades indiscutíveis, porque, afinal, hoje é moda distorcer-se isto ou aquilo, num sensacionalismo emocional perigoso e destrutivo.
Penso nisto, todas as vezes que encontro o letramento, representado por criaturas que acesso a tudo tiveram, disputando valores com fatos em detrimento da fome e da miséria, num macabro ensaio de subida há algum tipo de poder.
As coisas mudaram e, assustada, percebo que para pior, já que nada mais se respeita, e que nenhuma instituição pública e a maioria das privadas permanecem de pé em sua honradez e credibilidade aos olhos e ao conceito popular.
Os impropérios, as agressões, as mentiras e as distorções são as tônicas que se apresentam, descaracterizando, assim, a convivência menos cruel, que naquela época ainda existia, mesmo sem letramento, mas certamente com a bendita  educação doméstica que atravessou séculos, formando pessoas, que sabiam dizer: obrigado, por favor, me dê licença.
Gente jovem que respeitava gente mais velha e político que, mesmo pouco honesto, conseguia manter o mínimo de vergonha na cara.
Hoje, cada um diz o que quer, e cada um faz o que bem entende, num balaio de gatos sem hierarquias, disciplinas e maiores responsabilidades, que não seja o de por todo o tempo querer se dar bem, num duelo titânico entre o Deus e o Diabo, residentes e atuantes em cada postura, seja da criança ou do velho, do simples ou do arrogante, numa disputa de espaço em meio a uma vida, urbana ou suburbana, pra lá de miserável.

Mudaram-se os tempos, perderam-se os focos, restando tão somente o interesse exclusivo de cada um.

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