domingo, 22 de setembro de 2013

APENAS REFLETINDO...

Estou aqui no meu sempre cantinho da sala, ao pé da janela, apreciando o domingo nascer e é claro que minha mente vaga no já visto e sentido, numa retrospectiva que já me acostumei a fazer e que, confesso, abre enormes portas à minha imaginação, levando-me a fazer associações que, geralmente, tendem à minha sempre preocupação em criar mecanismos que sejam não só viáveis, mas principalmente úteis à melhoria da condição humana, sobretudo em relação a sua bendita necessidade de pertencimento  pessoal.
Nunca em tempo algum que pude observar ao longo de minha vida, as pessoas estiveram tão voltadas à individualidade e, ao mesmo tempo, tão absurdamente carente do estreitamento coletivo.
Também, sou obrigada a registrar o fato doloroso das pessoas em meio à solidão de suas existências, não poderem romper a névoa do politicamente correto, levando-as gradativamente a tenebrosas mudanças nos seus comportamentos sociais, violando assim o pouco que lhes restava de valores de satisfação íntima, em prol de um falso acolhimento que não satisfaz, apesar de oferecer aparentes vantagens que, se a veste no exterior, certamente em nada a embala em seu íntimo de criatura humana que, verdadeiramente, precisa ser afagada.
Constato entristecida que também jamais presenciei tantos conflitos entre o Deus e o Diabo, impondo a culpa e o castigo nas criaturas, ficando ambos como senhores dominadores que escravizam, levando-as a refugiarem-se nas compensações momentâneas que se sucedem, roubando assim o senso da continuidade, tão necessário ao desenvolvimento natural da relativa posse que ampara e oferece o sentido de estar pertencendo, estimulante natural da capacidade que todos trazem em si de proteção amorosa a si e ao tudo mais ao seu redor.
Vejo agora, a variedade de espécies de pássaros matinais, cantando cada qual com suas características próprias em uma harmoniosa sincronia, produzindo sons que mais que encantam a mim e, portanto, a vida, enobrecem  a si mesmos que pela fidelidade de suas naturezas se destacam em suas benditas singularidades, formando um tom de conjunto, que sinfônica humana alguma foi, até o momento, capaz de reproduzir.
A Primavera chegou e com ela as cores e os perfumes, ingredientes mágicos capazes de alterar posturas e sentimentos, através das emoções.


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