Estou aqui
entre os sons do silêncio de um amanhecer e os cânticos dos pássaros que se
esforçam na projeção de suas mensagens de boas vindas a mais um dia que, pelo
visto, será ensolarado.
Em minha
mente de escrevinhadora do universo, desfilam fatos e fotos que minhas retinas
treinadas e incansáveis registraram vida afora, e eu, na ansiedade saudável de
meu dom, absolutamente natural, novamente registro em forma de crônicas,
relatos ou poesias para que jamais se percam, envelheçam ou morram.
Enquanto
escrevo, seja aqui agora, ou há algum tempo,
passado, presente ou quem sabe futuro, ondas vibracionais do meu corpo, como energias de minhas intenções, de mim se desprendem, formando ”tornados saudáveis”,
que ligeiros, percorrem a vida além de mim, tornando-me universal.
Exatamente
para onde vão não sei, mas posso a qualquer instante reencontrá-las, pois
estejam onde estiverem sempre retornam a mim em forma de intuição, ou abre-alas
nos corações alheios.
Ontem, assim
como na semana passada, pude encontrá-las e identificá-las através de benditas
criaturas nesta minha também lida de tão somente ser uma incentivadora de instantes
amorosos.
Amorosidade
pela vida, e por tudo quanto de tão simples, tem si tornado banal.
Amor pelo
toque, amor pelo olhar fraterno, amor do apenas “olá, como vai você?”, amor da
compaixão, da solidariedade, amor do “estou aqui”.
Minhas
retinas não se cansam de buscar subsídios, minha mente não se cansa em processá-los,
e muito menos a minha vontade em incansavelmente registrar, todo um bem querer
que, afinal, sempre existe em algum lugar.
Os pássaros
já não estão tão próximos, ouço-os um pouco mais à distância, por outro lado,
já posso enxergar o jardim em sua beleza singular, e então, penso no tempo, neste
comandante persistente e tenaz, que em função de tudo que dele esperamos, se
transforma em certos momentos em audaz e cruel ditador, mas que se aprendermos
a conhece-lo e a respeitá-lo em seu ciclo diário, fazemos dele parceiro e,
então, tudo nos vem a seu tempo, abrindo portas, reservando espaço para que nos
sintamos livres, nos sintamos plenos.
Pensando e
registrando neste amanhecer bendito, posso sentir no tempo certo os efeitos de
tempos passados, que neste instante se transformam em sentimentos e estes em
energias, que tal qual o tempo, persisto em emanar, abrindo assim espaço para
poder sentir, poder estreitar e, finalmente, agradecer pelo meu tempo que
sempre chegou a tempo para não me deixar esquecer que a vida é bonita, é bonita
e é bonita.
Portanto,
nestes instantes em que o tempo me favorece, lembro registrando e agradecendo,
o privilégio de ter abraçado, lindas criaturas que nem sempre conseguiram assim se reconhecerem, mas que para mim, são
cada qual, pétalas das mais perfumadas flores que ao se juntarem às minhas
vibrações, se transformam na mais bela flor, deste meu jardim que transcende do
lugar comum, da banalidade, da coisa pouca.
Para as
minhas pétalas encantadas e coloridas Tereza, do Jardim Nova Itaparica,
Altamira, do alto das Pombas, Pina, do Parque das Amoreiras, Marli do Alto do santo Antônio e da Piedade,
do Galvão, um enorme beijo desta escrevinhadora apaixonada, que fez da sua
própria vida uma contínua busca de preciosidades.
Desejo a vocês, um contínuo gozo de
satisfações, reabastecimento amoroso de pura vida.
A luz que
inicialmente me permitiu reconhecer meu jardim, neste momento surpreende-me
invadindo a sala, despojada e irreverente como eu, apenas para me lembrar que a
primavera chegou.
Ela chegou a
seu tempo e com ela a chance de todos nós em abraçar a vida sem medo de ser
feliz.