Olá,
meu querido pai, você partiu pertinho do Natal de 2000 e de
lá para cá, ainda não consegui chorar de tristeza como é inerente às emoções da
criatura humana. Nesses quase 13 anos sem a sua presença, após inúmeras
reflexões a respeito desta ausência de explicitude da saudade, chego à
conclusão sorrindo que afinal, somente o riso, a alegria são capazes de permear
as lembranças de todos os instantes que nortearam a nossa convivência, sem
máculas por longos e agradáveis cinquenta e um anos.
Também durante todos esses anos de profunda amizade,
insistias em não me deixar esquecer que amar e se dedicar, só tem sentido se o
outro estiver vivo para receber e, que para os que já se foram apenas deveríamos
não deixar morrer suas lembranças.
Pois bem... De você meu querido pai, abasteço-me das
lembranças gratificantes de um homem presente, amoroso, responsável e que
jamais, deixou de apreciar cada instante de sua preciosa vida, deixando esta
sua filha abastecida de sua poderosa, alegria de viver.
E se não bastasse todo este amparo estrutural de vida que
você me ofereceu, principalmente mostrando-me o quanto é fundamental não abrir
mão dos prazeres, do amor e da capacidade produtiva, ainda o vejo nos traços,
no sorriso largo e na irreverência em todas às vezes, que me fito nos espelhos da
minha própria existência..
Meu amor e minha gratidão permanecem, induzindo-me a
substituir as lágrimas em razão de tua ausência, pelo sorriso amoroso das tuas
lembranças.
Ao sempre elegante, cheiroso e irreverente, sr. Hilton de
Carvalho, os meus mais emocionados agradecimentos, por ter-me oferecido grandes
momentos, a começar pela vida e depois, pelo constante e sábio ensinamento de
que em qualquer situação:
A vida é bonita é bonita e é bonita!
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