Meu marido pacientemente resmunga alguma coisa,
e ainda sonolento, vira-se para o outro lado e volta a dormir.
Percebo neste instante o que
estou fazendo às cinco da manhã e ainda meio sonolenta, levanto-me e vou lavar
o rosto, num impulso puramente instintivo, tal qual o fato de verbalizar a
minha mente inquieta por todas as manhãs que me é possível lembrar.
Não posso precisar exatamente,
quando deixei de acordar normalmente como qualquer mortal, pois me parece que
sempre foi assim, entretanto, de uns anos para cá, tudo me leva a crer que se
intensificou, já que elegi ou fui levada a eleger as madrugadas como berço
esplêndido de meus esforços mentais de escrevinhadora.
Que coisa hein!
E eu ainda quero que pensem que
sou normal?
Muitas foram às vezes em que me
despertou a curiosidade em saber se isto ocorre também com os outros que se
dedicam a tarefa apaixonante de pensar a respeito de quase tudo e tentar
entender estes pensamentos, colocando cada um deles no formato de prosas e
versos.
Será que como eu, suas mentes
primeiro processam, filtram e depois apressadas os despertam, afim de que todo
aquele manancial de informações logo seja registrado? Ou será que isto só
ocorre em mentes um tanto quanto, digamos estranhas, como a minha?
Sei lá...
Afinal, a quem vai importar se
sou normal ou não?
Conclusão simplista, como consolo
ao fato de que não consigo agir dentro dos padrões da maioria?
Talvez...
Assim como não consigo enxergar
lógica, na maioria das condutas com as quais precisei conviver, e que a duras
penas fui ao longo da vida adaptando a minha original forma de pensar e de
agir. Uma verdadeira barra pesada que de tanto carregar, me acostumei. E
provavelmente, tenha algo mais em minha natureza que não consigo explicar, como
por exemplo, a sensação permanente de não estar completamente sozinha.
Bem...Dentro do que estudo,
poder-se-ia dizer que trago traços de uma espécie de esquizofrenia paranoica,
afinal, falo sozinha e identifico nos pássaros, seres de profunda
comunicabilidade, com os quais dividi grande parte de meus pensamentos, fazendo
deles grandes parceiros vivenciais, assim como parâmetros para inspirações e
estudos comportamentais. Portanto, compreendendo este meu jeito esquisito,
posso mais suavemente compreender os demais que venham a me considerar, assim,
digamos, meio maluquinha.
RsRsRs!!!!!!!!!!!!!
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