- GENTE DE FORA NÃO PODE APITAR.
Penso, portanto, no quanto é desastrosa e limitante a falta
de recursos argumentativos, pois levam as pessoas a repetir refrões
ultrapassados, sem sentido e lógica em um mundo que vem mudando e não é
enxergado, única e exclusivamente, porque os poucos letrados e, assim, mais
antenados por serem portadores de um único olho, se tornam reis de tribos pouco
esclarecidas e, por perceberem suas fragilidades, unem-se em coros de discursos
vazios, mas com teor apelativo ao emocional patriótico de defesa de território,
com a finalidade também única de manter os demais, a cada dia, mais alienados e
cegos, para, então, como salvadores sempre de prontidão exercer seus
principados do atraso e da ignorância.
Se vivos fossem, Piaget, Vigotsky e o nosso pensador Paulo
Freire, homens que se dedicaram ao desenvolvimento da criatura humana,
disponibilizando-se por todo o tempo de suas vidas a defender o que acreditaram
ser os básicos e fundamentais infinitos
direitos à educação, certamente franziriam suas testas com mais embasamento que
esta humilde cronista, lamentando sem qualquer possibilidades de entendimento
racional o por que da criatura humana ser ainda tão neófita, até mesmo para
copiar o que já é consagrado, por governos tradicionalmente restritivos, como a
China e Coréia do Norte.
- Não!!!!
Dirão:
- Nada disso, aqui, somos um povo guerreiro, descendentes de
Maria Felipa e sabemos como guardar a nossa terra.
Será que sabem mesmo?
Por que, então, precisaram formar força tarefa em 2008,
unindo-se aos declarados vizinhos inimigos, para em batalha sem propósitos que visassem
o bem comum, adentrar de volta ao poder, para logo em seguida, erguerem seus
bacamartes de interesses particulares, tentando degolar uns aos outros,
deixando a cidade a mercê das marés?
- MEU DEUS! EM QUE MUNDO TE ESCONDES?
Voltaria Castro Alves a declamar sofridos versos de sua “VOZ
D´ÁFRICA, enxergando neste pedaço de terra abençoado, a mancha negra do
oportunismo, travestido de uma roupagem cívica que verdadeiramente se
desfigurou , ficando de real tão somente a comoção emocional das retóricas contumazes,
que induz e faz permanecer a submissão das pessoas simples, humildes, muitas
delas mal nutridas e desesperançadas.
E aí, sem boi de piranha, naturalmente de fora para que se
estenda o dedo acusador, voltar-se-ão uns contra os outros num duelo doméstico,
como anteriormente acontecia, onde as mágoas, ressentimentos, raivas antigas,
disputas de quintal, segredos de alcova, pecados, transgressões guardadas ou
superadas, se farão presentes na eloquência da vez, manchando os palanques que,
por princípio e fim, são terrenos férteis para que se aperfeiçoe o ato
democrático de se expressar opiniões, projetos e ambições em função de um bem comum,
e não para servir de palco para um script de ofensas pessoais, autoritarismos
ultrapassados, agressividades desnecessárias que me remetem às páginas
policiais em que movido pelo desequilíbrio emocional sem qualquer apoio
racional, esfaqueia-se, 20, 30, 40 vezes outro alguém, explode-se quarteirões e
prédios de inocentes, em nome do amor, seja da pátria, de si próprio ou, o que
é pior, em nome de Deus.
Que coisa. Heim!!!!
Pensando em tudo isto, neste domingo de sol brilhante, como
também uma pessoa de fora que foi conquistada por esta terra bendita e que
nunca deixou de reconhecer a grandeza sempre presente nas almas humanas, conclamo
os de fora que, como eu, elegeram Itaparica, no mínimo, como seus refúgios de
obtenção de paz, a virem se unir a um
velho sonho que reside nos recôncavos íntimos desta senhora, que é o de poder
verdadeiramente fazer algo palpável que se reverta em oportunidades, reais, sem
burocracias, delongas e milongas, pensando-se apenas nos demais, criando uma escola
modelo chamada VIDA E LIBERDADE, cujo objetivo além da instrução formal, seja o de estimular a autoestima, o respeito próprio,
abrindo, assim, caminhos sem voltas, com a noção na medida ideal da ética e da estética
comportamental, ingredientes absolutamente necessários a mais primária das
básicas intenções educativas, aí sim, receita única de se alterar posturas e
sentimentos viciosos que até beneficiam a alguns, mas que jamais, em tempo
algum, foi capaz de gerar e gerir progresso.
Que tal, pensem nisto com carinho, pois bem sei que, de grão
em grão, somos capazes de com nossos quinhões extras, formatar o básico,
renovando hábitos, abrindo espaços que vão além das lamentações intimas.
E aí, quem se habilita a encerrar de vez com a parte
melancólica e destrutiva da história deste local bendito, acionando os amigos endinheirados
e poderosos, resgatando um civismo verdadeiro que, afinal, se encontra
adormecido, mas absolutamente presente na consciência de todos nós?
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