sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Ou coisa que o valha!


imagem: topicos.estadao.com.br

Ontem à noite, diante da televisão, revi um dos maiores músicos e compositores contemporâneos chamado César Camargo Mariano.

Bem... de imediato não o reconheci, afinal, vinte, trinta anos se passaram, ele também sempre foi discreto, pouco aparecia na mídia e respeitou a passagem do tempo, ao contrário de outros com os quais nos acostumamos, inclusive com as suas constantes alterações fisionômicas, como os eternos meninos sertanejos e tantos outros de diferentes gêneros que se recusam a aceitar a velhice como suas realidades e arrancando de nós surpresas constantes em suas aparições, levando-nos, vez por outra, a lamentar não termos, também, coragem de retardar nem que seja um pouquinho esta senhora “passagem do tempo”, talvez porque vivamos a cruel realidade de que, afinal, não haja bisturi mágico que de verdade possa frear o tempo em sua caminhada.

Ah! Como gostaria de poder me iludir, tal qual faz a nossa Aninha Braga, cujo próprio tempo parou quando ela começou na Record, e olha que isto tem uma eternidade.

Pois é, penso então na incoerência que imprimimos nas nossas posturas ao recusarmos aceitar, como nossa, a senhora velhice, provando ao mundo, mas principalmente a nós mesmos, que “velho é a mãe”, pois como os jovens e às vezes, cá pra nós, melhor que eles, estamos nas corridas matinais, nas academias e maratonas, disputamos disposição em qualquer que seja o esporte, frequentamos a mesma night, bebemos, fumamos e coisitas mais, e na hora do namoro, até dispensamos os velhinhos, dando preferência aos gatos ou gatinhas e até com os custos adicionais. Voltamos para as universidades e ao mercado de trabalho, subimos nos palanques e nos tornamos presidentes, dirigimos empresas e até conglomerados de quaisquer naturezas, nos gabamos de possuir outra distinta senhora que é justo a “sabedoria” e nem nos preocupamos com o excesso de bagagem (experiência) que acumulamos vida afora, e se não bastasse, ainda resistimos à morte, prolongando nossas vidas, mantendo nossas mentes e físicos pra lá de saudáveis enquanto estarrecidos vemos os jovens morrerem sem dó e sem piedade.

Pois bem, a incoerência reside, pois apesar de sermos capazes de tudo e muito mais, brigamos na fila do banco, do açougue, do armazém para ganhar a preferência, afinal, somos idosos, respeito é bom e gostamos.

O que me leva a concluir que velhice, afinal, vale para alguma coisa que nos convém, pois nesses momentos corriqueiros do cotidiano, qualquer um faz questão de ser velho, não se importando com as aparências. 
Mas sempre, é claro, existem as exceções!

Estou certa ou estou errada?


Não que eu esteja velha ou coisa que o valha! Rsrsrs



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