Quando se testemunha um motim de alunos, provocado por uma
desavença de ordem administrativa entre seu Diretor de unidade escolar e o
secretário da educação do município que vem se arrastando a meses, refletindo
diretamente na qualidade dos serviços profissionais, assim como no
estabelecimento de critérios de disciplina dos alunos, esperar-se mais o quê,
além do lamentável episódio que culminou em tiros, quebra-quebra, destruição,
desde as janelas externas até salas e Biblioteca, em uma ação de vandalismo e
consequente desrespeito, não só à escola, mas à sociedade como um todo.
Nada, absolutamente nada, pode justificar as posturas que
levaram os alunos a agirem desta forma, mas explica, uma vez que, em meio aos
interesses sejam pessoais ou políticos, o que menos foi considerado foram
justamente os alunos que demonstraram, ao vivo e a cores, o que absorveram de
ensinamentos extra didáticos.
É preciso que se “acorde” rapidamente para este horror
perante aos céus que é a violência, resultado do abandono social do qual as
criaturas estão sendo mantidas, seja nos grandes centros urbanos e até mesmo em
redutos tão pequenos, onde de uma forma ou de outra, as pessoas se conhecem e
deveriam pelo menos respeitarem-se, assim como as suas instituições.
Quando comete-se o erro gritante de colocar no mesmo ambiente,
crianças de 11, 12 anos, dividindo espaços com jovens de 17 a 21 anos,
notoriamente já marginalizados pelo sistema, esperar-se o quê, além de um
aliciamento constante e uma desordem sem precedentes.
Quando se mantém, seja lá por qual motivo, profissionais
descontentes ou que não comungam com as regras estabelecidas que deveriam ser,
antes de tudo, o de respeitar os direitos das crianças e dos adolescentes, sem,
no entanto, confundir-se no dia a dia com parcimônia e excessiva tolerância,
esperar mais o quê, além da violência explicitada, como retorno comportamental.
Penso, então, que melhor seria que ainda vivêssemos como
vivem as tribos indígenas, porque afinal, em seus redutos, respeita-se as
hierarquias, a sabedoria dos mais velhos, as riquezas naturais que os cercam, a
preservação de suas culturas, assim como protege-se o próprio território,
fazendo dele o seu bem maior, depois da própria vida.
E nós é que somos civilizados? E nós é que somos evoluídos?
Existirá civilidade e senso evolutivo onde o respeito, a
dignidade e o bem comum não sobrevive em uma escolinha de cidade do interior
onde todos são vizinhos e onde deveria residir a paz e a solidariedade?
Pensem nisso!
Juarez Machado – Professor de Matemática
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