Por todo o dia de hoje, o assunto foi o câncer do Lula e aí, penso que, afinal, feliz dele que, a partir de amanhã, começará o tratamento e, é claro, será o melhor que o poder e o dinheiro puderem pagar.
Pois é... enquanto isso, quantos outros nordestinos, tão pobres quanto ele quando por São Paulo desembarcou, neste exato momento, também portadores de algum tipo de câncer, sequer conseguem marcar uma sessão de quimioterapia e sequer se dão conta pela simploriedade de suas existências miseráveis que foi justo o Lula que, por décadas a fio, jurou com microfones em punho, providenciar saúde de qualidade ao sofrido que nele passou a acreditar.
Ao invés disto, garantiu a esmola que cala e consente, que sufoca e neutraliza.
Que coisa!...
Penso então no quanto como brasileira e cidadã descrente, nada sinto, além de um enorme tédio.
domingo, 30 de outubro de 2011
sexta-feira, 28 de outubro de 2011
Mensagem
E como uma flecha afiada, corto os céus, atravesso as nuvens,
me aproximo das estrelas, aqueço-me junto ao sol.
E como uma flecha afiada, desço do espaço, atinjo a terra,
apenas para senti-la na diversidade energética, na complexidade amorosa, no
apogeu de tão somente ser.
E como uma flecha, já não tão afiada, busco repouso junto ao
mar; busco paixão junto às florestas, busco o amor, olhando pro céu.
Incoerência, pois como flecha afiada que vem justo de lá.
Como flecha afiada, cortei os céus e vim por aqui pousar, buscando por um amor
que certamente não encontrei por lá, nem cá e tão pouco acolá.
Como poeta sempre fui um fracasso, mas e daí?
Ainda assim faço meus arremedos e, dessa forma, também
estremeço com minhas próprias emoções.
Melhor mesmo é não ser um disfarce, uma cópia ou uma página sem
escritos. Então, mesmo sendo um fracasso, faço aqui e ali meus arremedos
poéticos e, de alguma forma, crio formas com minha alma que, mesmo como uma
flecha afiada, percorre o imaginário, o real, o tangível do meu sentir.
Em parceria com:
Carlos Frederico Siemanfield
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Espanto
Os sabiás, neste fim de tarde, estão abusadíssimos, com suas
cantorias e voos agitados, balançando galhos, sacudindo folhas, emociono-me.
Será que cantam tão alegremente porque hoje não choveu e o
sol, mesmo ainda tímido, permanece constante, permitindo que eles sequem as
asas e saiam de seus ninhos? Talvez...
O pé de amoras, carregadinho, serve de refeitório farto para
os meus meninos e eu, daqui, debruçada à janela, ouço seus cantos e voo com
eles, sem qualquer cerimônia, tal qual eles, que abusados, dominam meu jardim,
meus ouvidos, minha alma.
Penso, então, que devo ter sido um pássaro, talvez até mesmo
uma sabiá, arisca e arruaceira, que buscava doces amoras em jardins da
vizinhança e, quem sabe, um outro alguém a quem também encantei, debruçava-se à
janela e até emocionava-se, tal qual acontece agora com as lágrimas que
escorrem deste meu ser apaixonado por pássaros, que cantam causando-me um novo espanto.
Em parceria com:
Ruth Sorocaba Martins – Ipiúna
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Ou coisa que o valha!
imagem: topicos.estadao.com.br
Ontem à noite, diante da televisão, revi um dos maiores músicos
e compositores contemporâneos chamado César Camargo Mariano.
Bem... de imediato não o reconheci, afinal, vinte, trinta
anos se passaram, ele também sempre foi discreto, pouco aparecia na mídia e
respeitou a passagem do tempo, ao contrário de outros com os quais nos
acostumamos, inclusive com as suas constantes alterações fisionômicas, como os
eternos meninos sertanejos e tantos outros de diferentes gêneros que se recusam
a aceitar a velhice como suas realidades e arrancando de nós surpresas
constantes em suas aparições, levando-nos, vez por outra, a lamentar não
termos, também, coragem de retardar nem que seja um pouquinho esta senhora “passagem
do tempo”, talvez porque vivamos a cruel realidade de que, afinal, não haja
bisturi mágico que de verdade possa frear o tempo em sua caminhada.
Ah! Como gostaria de poder me iludir, tal qual faz a nossa
Aninha Braga, cujo próprio tempo parou quando ela começou na Record, e olha que
isto tem uma eternidade.
Pois é, penso então na incoerência que imprimimos nas nossas
posturas ao recusarmos aceitar, como nossa, a senhora velhice, provando ao
mundo, mas principalmente a nós mesmos, que “velho é a mãe”, pois como os
jovens e às vezes, cá pra nós, melhor que eles, estamos nas corridas matinais,
nas academias e maratonas, disputamos disposição em qualquer que seja o esporte,
frequentamos a mesma night, bebemos,
fumamos e coisitas mais, e na hora do
namoro, até dispensamos os velhinhos, dando preferência aos gatos ou gatinhas e
até com os custos adicionais. Voltamos para as universidades e ao mercado de
trabalho, subimos nos palanques e nos tornamos presidentes, dirigimos empresas
e até conglomerados de quaisquer naturezas, nos gabamos de possuir outra
distinta senhora que é justo a “sabedoria” e nem nos preocupamos com o excesso
de bagagem (experiência) que acumulamos vida afora, e se não bastasse, ainda
resistimos à morte, prolongando nossas vidas, mantendo nossas mentes e físicos
pra lá de saudáveis enquanto estarrecidos vemos os jovens morrerem sem dó e sem
piedade.
Pois bem, a incoerência reside, pois apesar de sermos capazes
de tudo e muito mais, brigamos na fila do banco, do açougue, do armazém para
ganhar a preferência, afinal, somos idosos, respeito é bom e gostamos.
O que me leva a concluir que velhice, afinal, vale para
alguma coisa que nos convém, pois nesses momentos corriqueiros do cotidiano,
qualquer um faz questão de ser velho, não se importando com as aparências.
Mas
sempre, é claro, existem as exceções!
Estou certa ou estou errada?
Não que eu esteja velha ou coisa que o valha! Rsrsrs
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quarta-feira, 19 de outubro de 2011
Gotinhas do Céu
Estou aqui, aparentemente sozinha, ouvindo meus pássaros que
se esbaldam no jardim enquanto, seja por hábito, ou por puro prazer, penso à
respeito um pouco de tudo que me chamou a atenção nos últimos dias.
Bem... já escrevi sobre a movimentação política e pelo que me
consta, hoje é a finalização quanto às opções partidárias, o que não
necessariamente, manterá fidelidade em alguns caráteres, digamos, pra lá de
duvidosos.
Como só sei, tratando-se de política, pensar e escrever sobre
idéias e ideais, reconhecendo que, afinal, estas tendências fazem de mim uma
“tremenda panaca” aos olhos e intenções dos, digamos, bam-bam-bans do assunto. E olha que são muitos os entendidos e
suficientemente realistas, que geralmente desconsideram esta senhorinha
simplória que, clama por uma educação mais decente, uma saúde mais humana e um
social mais digno.
Qual verdadeiro político, se preocupa com isto, não é mesmo?
Afinal, o povo é que se exploda, claro, depois de votar.
Nós, o povo, somos uma cambada de chatos, tão insuportáveis
que nem o Lula conseguiu permanecer como “fiel companheiro”, pois, rapidinho se
bandeou para a ala dos “bem sucedidos”.
E ele está errado? Deixemos de hipocrisia... se der ao povo
dinheiro e poder, logo fica igualzinho o vizinho das “elites”, Quem não gosta
do luxo?
Olhem ao redor e digam se estou delirando.
Se deixar, fico até amanhã escrevendo sobre o que chamam de
política, se bem que a meu ver, não passa de uma formação de quadrilha, sem no
entanto, ser tão organizada, quanto o crime organizado. Ou será que eu é que
estou por fora?
É, acho que estou mesmo por fora, afinal, tudo dá certo, tudo
se cruza, todas as instituições estão ligadas sem que haja qualquer fio
aparente.
O tal “bem político”, caiu em desuso, fala-se tão somente em
articulações, os territórios, se invadidos pelos adversários, detonam disputas
acirradas, faltando atualmente, apenas as metralhadoras, usadas no passado.
Quem já não ouviu falar sobre a década de 30 e nos mafiosos como Al Capone, Luck
Luciano, Tom
Mazino e tantos outros que antecederam aos políticos atuais. Refinou-se
as negociações e retaliações, mas as intenções, acreditem, são as mesmas.
Que coisa hein!?
Em tempos passados, pensei ingenuamente que, quando os coronéis morressem, seus filhos e netos optariam por condutas mais ortodoxas. Qual nada! A meninada ao contrário foi ficando mais refinada e, portanto, camuflada, o que a priori, induz aos enganos.
Pois bem... concordo que eu já não tenho ilusões, mas ainda resisto resguardando gotinhas de esperanças e é por isto que eu e tantos mais permanecemos com as bacias nas mãos, voltada pro céu. De repente, de lá caia chuviscos de vergonha, honradez e responsabilidade pública para que eu e os tantos mais, “babacas” contumazes, possamos ver aplicado na prática, e não apenas nos nossos sonhos cotidianos, transformando-os em milagres localizados, matando a fome da miséria, oferecendo uma chama de luz à ignorância, assim como um elixir que revigore à saúde. Coisas da
Dona Regina!!! Vai que um dia acontece?!?!?
Pois bem... concordo que eu já não tenho ilusões, mas ainda resisto resguardando gotinhas de esperanças e é por isto que eu e tantos mais permanecemos com as bacias nas mãos, voltada pro céu. De repente, de lá caia chuviscos de vergonha, honradez e responsabilidade pública para que eu e os tantos mais, “babacas” contumazes, possamos ver aplicado na prática, e não apenas nos nossos sonhos cotidianos, transformando-os em milagres localizados, matando a fome da miséria, oferecendo uma chama de luz à ignorância, assim como um elixir que revigore à saúde. Coisas da
Dona Regina!!! Vai que um dia acontece?!?!?
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Motim Escolar
Quando se testemunha um motim de alunos, provocado por uma
desavença de ordem administrativa entre seu Diretor de unidade escolar e o
secretário da educação do município que vem se arrastando a meses, refletindo
diretamente na qualidade dos serviços profissionais, assim como no
estabelecimento de critérios de disciplina dos alunos, esperar-se mais o quê,
além do lamentável episódio que culminou em tiros, quebra-quebra, destruição,
desde as janelas externas até salas e Biblioteca, em uma ação de vandalismo e
consequente desrespeito, não só à escola, mas à sociedade como um todo.
Nada, absolutamente nada, pode justificar as posturas que
levaram os alunos a agirem desta forma, mas explica, uma vez que, em meio aos
interesses sejam pessoais ou políticos, o que menos foi considerado foram
justamente os alunos que demonstraram, ao vivo e a cores, o que absorveram de
ensinamentos extra didáticos.
É preciso que se “acorde” rapidamente para este horror
perante aos céus que é a violência, resultado do abandono social do qual as
criaturas estão sendo mantidas, seja nos grandes centros urbanos e até mesmo em
redutos tão pequenos, onde de uma forma ou de outra, as pessoas se conhecem e
deveriam pelo menos respeitarem-se, assim como as suas instituições.
Quando comete-se o erro gritante de colocar no mesmo ambiente,
crianças de 11, 12 anos, dividindo espaços com jovens de 17 a 21 anos,
notoriamente já marginalizados pelo sistema, esperar-se o quê, além de um
aliciamento constante e uma desordem sem precedentes.
Quando se mantém, seja lá por qual motivo, profissionais
descontentes ou que não comungam com as regras estabelecidas que deveriam ser,
antes de tudo, o de respeitar os direitos das crianças e dos adolescentes, sem,
no entanto, confundir-se no dia a dia com parcimônia e excessiva tolerância,
esperar mais o quê, além da violência explicitada, como retorno comportamental.
Penso, então, que melhor seria que ainda vivêssemos como
vivem as tribos indígenas, porque afinal, em seus redutos, respeita-se as
hierarquias, a sabedoria dos mais velhos, as riquezas naturais que os cercam, a
preservação de suas culturas, assim como protege-se o próprio território,
fazendo dele o seu bem maior, depois da própria vida.
E nós é que somos civilizados? E nós é que somos evoluídos?
Existirá civilidade e senso evolutivo onde o respeito, a
dignidade e o bem comum não sobrevive em uma escolinha de cidade do interior
onde todos são vizinhos e onde deveria residir a paz e a solidariedade?
Pensem nisso!
Juarez Machado – Professor de Matemática
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terça-feira, 4 de outubro de 2011
PENSE NISSO...!
E aí, quando
penso e escrevo sobre a necessidade urgentíssima de se dedicar à educação
olhares e atitudes mais consistentes, refiro-me às carências em que a mesma se
apresenta nas sistemáticas humanas, que de uma forma ou de outra por todo o
tempo atinge a todos e que não passam despercebidas, sentidas, ou ambas, nas experiências
cotidianas de todas as pessoas, sem distinção.
Geralmente,
em conversas junto a conhecidos ou amigos, ou através das várias mídias,
focamos os problemas mais comuns que afligem a todos, vendo-os pipocarem ou
assolarem mais este ou aquele país, ou esta ou aquela região de nosso país.
Às vezes,
tratando de um assunto restrito a poucos ou simplesmente a nós, deparamo-nos
com horrores como as discriminações de quaisquer naturezas, pobreza extrema,
violência crescente, enriquecimento ilícito, abuso de poder, marginalidade
afrontosa, e por aí vai, em um desfile infindável de mazelas que ajudamos a
manter com nossas omissões no mundo através de seus sistemas locais.
Falamos, discutimos,
argumentamos, nos harmonizamos, como se na prática nada tivéssemos com tudo isto,
quando na realidade, por motivos diversos, mas todos por falta da bendita educação,
somos os únicos responsáveis.
Nos momentos
cruciais, nos calamos, omitindo nossas consciências coletivas, única e
exclusivamente para proteger nossos interesses pessoais ou, no mínimo, para não
ficarmos em evidência momentânea, seja por medo, indiferença, ou porque sabemos
lá em nosso íntimo que deixando como está, de alguma forma, seremos
beneficiados.
E aí, não
nos apercebemos da ação brutal da falta que o letramento produz em nossos
entendimentos, induzindo-nos por todo o tempo a acreditar em entendimentos que
estão, no mínimo, defasados, dúbios e dolorosamente cruéis em relação ao bom
senso comum, que deveria ser a tônica de qualquer relacionamento entre seres
vivos, ainda mais racionais.
Escrevendo
assim, podem até achar que falo apenas dos analfabetos e pouco letrados. Ao
contrário, falo de todos nós, incluindo os doutores em geral, mestres e
educadores.
Falo de mim,
de você e de todos com instrução acadêmica, ou não, que jamais conseguiram
incorporar dentro de suas ações e pensamentos a ética na mais pura de suas intenções
em prol de transformar o caos de seus próprios universos pessoais para que estes,
em algum momento, não se voltem contra si mesmos, como se as mazelas só
batessem nas portas alheias.
Somos
omissos, covardes, hipócritas e, acima de tudo, mesquinhos quando permitimos,
aceitamos e até defendemos a escória que nos governa, os escroques com pose de
bons samaritanos, que generosos tiram de mim, de meu filho, de você e de nossos
vizinhos o direito a uma escola decente, com merenda de qualidade, transporte
seguro e digno, profissionais comprometidos, o remédio, o posto de saúde, o
hospital, o médico, o dentista, o saneamento básico, a coleta e tratamento dos
lixos produzidos e, sobretudo, o respeito pessoal, através de desvios,
negociatas e persistentes faltas de caráter camufladas através de sorrisos
fáceis, esmolas assistenciais, empreguinhos de terceira classe que nos mantém
reféns deles e da falta de liberdade.
Isto é não
ter educação, independentemente dos títulos acadêmicos que possamos ostentar.
Afinal, que
formadores de opiniões somos se sequer conseguimos discernir o lógico
necessário a humanização da humanidade que representamos?
Que
interpretação podemos oferecer às nossas atitudes, tão covardes quanto à
covardia daqueles que esfolam a nós e aos nossos semelhantes?
Que
liberdade possuímos em nossos míseros redutos de sucesso pessoal, se precisamos
nos encouraçar por todo tempo, convivendo com a vergonha e a violência que
permitimos que nos governe e dite as nossas próprias passadas?
Jamais
haverá liberdade enquanto não formos capazes de reconhecer nossa própria
ignorância em não enxergar a miséria que reside ao nosso lado, debaixo de nosso
nariz, e que fingimos nada ter verdadeiramente com isto por não termos educação
e sentido de cidadania.
Afinal, nos
justificamos dizendo ou pensando:
- pago meus
impostos, cumpro minhas obrigações, até ofereço empregos e vou às urnas.
Na realidade
somos um número nas estatísticas, além de mantenedores do bem de apenas alguns?
Não é assim
que procedemos, focando tão somente o nosso umbigo, sem sequer nos apercebermos
que estamos míopes ou até mesmo cegos?
Se não somos
capazes de perceber nossas próprias mazelas, como podemos mensurar o quanto de
vida nos é tirado em meio ao caos com que compactuamos como robôs ou vaquinhas
de presépio, então como podemos crer que somos pessoas educadas, ainda mais
educadores?
Pense
nisso!...
Como
defender um sistema educacional que não amplia e esclarece a visão periférica
de nossa realidade existencial?
Como aceitar
um sistema educacional onde como princípio de estímulo nos garante que um dia
estudando
seremos alguém, portanto, desqualificando e banalizando logo na base
tudo quanto repres3entamos pelo simples fato de apenas existirmos.
Afinal, uma
criança ao chegar a escola já não é um alguém, necessitando tão somente de
burilamento?
Se banalizam
o bem maior que é a vida, como este “alguém” que será formado e muitas vezes se
doutorando, possa compreender o seu valor participativo no todo que o cerca?
Pensem nisso!...
--
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