quinta-feira, 23 de outubro de 2025


 

MUDAR PRA QUÊ?

Estou aqui pensando que quando, decidimos nos abrir sem medidas para a vida, querendo e oferecendo a ela o melhor e aceitando sem contestações nossas falhas, encarando-as , num determinismo amoroso em não mais repeti-las, mas buscando os prós e os contras que cada uma nos ofereceu, de imediato percebemos que desconsideramos os ensinamentos e por assim agir, não nos ativemos em pesar no custo benefício, ficando cada experiência solta, circulando simbioticamente em nossas posturas emocionais, o que geralmente nos induz a repeti-las incansavelmente.

Parece teorias filosóficas autoajuda inútil, frente a um cotidiano massacrante, onde a lei maior é: salve-se quem puder!


quarta-feira, 22 de outubro de 2025


 

NÃO SEI O QUE NÃO SEI

São quatro e trinta desta manhã de primavera atípica, fria, chuvosa, distante das flores, dos pássaros e das borboletas.

Flores… onde estão, que não as encontro senão nas lembranças dos jardins da minha vida?

Percebo que não estou ouvindo minhas habituais músicas. Terá sido intencional, para escutar os tímidos pássaros que, lá fora, tentam lembrar-me de que, apesar de tudo, é primavera?

Enquanto procuro um som que combine com a leve frustração de não poder abrir portas e janelas, dou-me conta de que vivi mais que muitos jamais viverão e, ainda assim, sei tão pouco sobre a vida.


terça-feira, 21 de outubro de 2025


 

QUANDO OS OPOSTOS SE HARMONIZAM

Apesar de ter começado esta terça-feira ouvindo o último concerto do fabuloso Eric Clapton e dos seus incríveis músicos de uma vida quase inteira, optei agora por escutar uma sinfonia de Mozart. Afinal, enquanto escrevo, esse tipo de música permite que os meus pássaros interiores voem mais longe, rumo a lembranças maravilhosas que jamais me abandonaram.

Neste amanhecer friorento, despertei com a imagem frágil e pequena de Donana, avó do meu marido que, na rudeza simples da mulher acostumada à vida da roça, rejeitou-me de imediato, sem papas na língua. Deixou bem claro que fora contra o casamento do neto com uma espevitada carioca, exclamando em tom lamentoso: “Coitado do meu neto!”