segunda-feira, 29 de dezembro de 2025


 

TE AMO…

Faz pouco tempo recebi a incumbência de transcrever um livro publicado em 1969, cuja autora foi uma belíssima mulher, que também era minha tia e que abraçou a tarefa de, mais do que existir, fazer da sua vida um jardim de amor, com cores e perfumes que ela, cuidadosamente, fez questão de deixar impressos nas preciosas páginas de alguns livros. Neles, mostrava-se como era na essência: apenas uma mulher impulsivamente apaixonada pela vida e por tudo o que nela existia. Por isso, em tudo enxergava alguma beleza, sempre capaz de ser restaurada, jamais camuflando as oscilações provocadas pela insegurança de ter de provar, a cada instante, as suas próprias intenções, aquilo que lhe fora negado por tanto tempo.


domingo, 28 de dezembro de 2025


 

IMINENTE FIM...

— Que é isso, Regininha? Onde já se viu falar em fim com um novo ano tão próximo e, ainda por cima, apenas três dias após o Natal?

Há uma curiosidade absolutamente justificável sobre o porquê de eu escrever e vivenciar a vida de forma tão alegre. Cabe me, portanto, explicar: a motivação é, tão somente, a conscientização do meu próprio fim.

Em certo momento que não sei precisar quando, mas certamente ainda na infância, compreendi a minha mortalidade e, aliás, a de tudo o mais. Nesse instante, entendi também a urgência de não adiar, de não deixar para depois tudo aquilo que a minha mente e os meus sentidos, em comum acordo, desejavam. Não por leviandade, mas por absoluta necessidade.


sábado, 27 de dezembro de 2025


 

MEU LUXO É VIVER…

Existem mil explicações, mas, no frigir dos ovos, para uma apenas: Regininha.

Nascer foi uma glória. O porquê nunca me interessou muito. Bastou-me ter sido, entre tantos espermas, a privilegiada. O resto compõe-se de compilações científicas ou de teorias generosas e consoladoras.

Fato é:

eu existo. E ponto final?

De jeito nenhum.

Afinal, é aí que começa a minha parte nesta história que, a depender apenas de mim, será bacana ou não.