sexta-feira, 19 de dezembro de 2025
CHOVE LÁ FORA...
Chove lá fora e os cheiros de terra molhada, de grama lavada, de frutas frescas, chegam até a mim de forma majestosa como se a natureza quisesse me informar que, afinal, o verão está chegando, lindo, ensolarado, às vezes chuvoso, mas absolutamente encantador com seus aromas e cores, tudo sob a tutela de noites estreladas e dias ensolarados.
Os pássaros destemidos escondem-se entre as folhas por sobre os galhos embalando a natureza, com seus cantos e leveza.
quinta-feira, 18 de dezembro de 2025
JESUS E EU
“Voa, passarinho, voa.
O voo é para quem quer voar.
Não sei se minhas asas aguentam
O voo que quero dar…”
Aprendi cedo
que asas não pedem licença.
Enquanto o mundo ensinava obediência,
meu espírito ensaiava voos.
Aos doze anos,
blasfemei sem saber:
— Vou viver como me couber.
E o amor não terá turno fixo.
Foi ali que entenderam:
eu não caberia...
Cresci num mundo que chama de virtude
o medo bem comportado
e de pecado
a liberdade desperta.
Por isso li o Novo Testamento
como quem rasga véus,
não como quem coleciona regras.
E quanto mais lia,
menos reconhecia
o Cristo das instituições.
O Jesus que encontrei
não construiu altares.
Desmontou prisões.
Não pediu fé.
Estimulou verdade.
Não salvou almas
acordou consciências.
Dogmas nasceram depois,
quando o amor já não bastava
e o poder precisava de nome sagrado.
Ser livre
foi o maior milagre
que ele realizou todos os dias.
E amar o próximo
nunca foi gesto moral:
é experiência mística.
O próximo não é conceito.
É o que respira diante de ti
pessoa, bicho, árvore, silêncio.
Quem ama o todo
não precisa de religião.
Precisa de coragem.
Porque Deus
não mora nos templos.
Mora no espaço exato
onde o medo termina.
Regina Carvalho- 18.12.2025 Tubarão SC
quarta-feira, 17 de dezembro de 2025
NADA É BANAL NESTA VIDA
Acordei pensando que sempre fui uma cronista, mesmo sem o saber. Nada como Rubem Braga ou Lima Barreto, mas, com certeza, fui ao longo da vida desenvolvendo a capacidade de relatar, com toques pessoais, poéticos e filosóficos, tudo o que podia ver, ouvir e sentir no meu cotidiano.
Os movimentos políticos e sociais sempre tiveram um significado que precisava ser desvendado e, assim, fui-me transformando numa observadora contumaz.
Nessa busca curiosa sobre tudo, fui ampliando, pouco a pouco, o sentido dos meus entendimentos e, para não perder o fio da meada, optei por registrá-los num caderninho que, com o passar do tempo, ultrapassou os limites da minha cercania pessoal. Descobri, então, as delícias das leituras autobiográficas, que me permitiam viajar por outros lugares e mentes, comparando as suas visões com as minhas.
terça-feira, 16 de dezembro de 2025
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Em respeito aos milhares de seguidores de minha página e especificamente das lives que posto no facebook, desde 19 de agosto de 2020, se...


