quinta-feira, 3 de janeiro de 2019

MILHÕES QUE ASSUSTAM



Estou aqui pensando na Mega da virada e na decepção de não estar entre os vencedores, mas aí, também penso que apesar de jogar e querer ganhar, sempre que pensava no prêmio, ele me parecia uma miragem, pois não conseguia mensurar o valor real de tanto dinheiro e nem ao menos conseguia penar no que eu faria se o tivesse, pois fugia da minha compreensão.
Percebi que o mesmo acontecia com outras pessoas, quando as televisões entrevistavam nas portas das lotéricas e aí, lembrei de repente de Ricardo Pessoa, Cunha, os irmãos da JBS e das dezenas de condenados que devolveram valores iguais e até muitas vezes superiores em seus acordos com a Lava-Jato e então, compreendi o porquê de ainda existirem pessoas que não acreditam que esses roubos, elegantemente chamados de corrupção, verdadeiramente ocorreram.
Afinal, para essas pessoas devolverem é porque tinham e se tinham, como justificar em nossas singelas mentes, toda uma máquina governamental que nada viu e a tudo consentiu, se comparado a um nosso IPVA não pago e com o qual, somos punidos numa simples Blitz, ou aquela despesa que deixamos escapar na declaração de rendas e logo em seguida somos pescados pela malha fina?
Como temos limites de saques diários e com horários determinados, enquanto, os ilustres sacam até pelas madrugadas, quantias fabulosas?
Tudo é tão surreal para nossas mentes de pessoas trabalhadoras que precisam medir a água e o fubá para que o angu renda até o final do mês, que tudo que resta é a incompreensão e em seguida a negação, reforçados pelas insistentes declarações de “inocente “que todos os larápios convictos decoram e recitam como um mantra.
Penso então, que a ganância e a estupidez andam de mãos dadas, indo ao encontro constante com a ignorância que os alimenta e os mantém.

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