quarta-feira, 16 de novembro de 2016

SERÁ ?

Estou naquela de recordar pessoas e fatos já vividos em uns flashbacks, que já se tornaram rotina. Não é a primeira vez que isto acontece, todavia, é a primeira vez depois que, espantosamente me percebi envelhecendo. E olha que custei a admitir, olhava no espelho e simplesmente desconsiderava as rugas teimosas, a papadinha safada, os contornos do corpo se avolumando e, etc., já que meus olhares, eram por mim direcionados a bem além, da estética que me envolvia. O que não significava alienação, apenas uma questão de observação prioritária que, evitava a natural frustração de estar deixando de ser mais uma gostosa do pedaço. Sim, porque em muitas ocasiões, eu me achava e isto me bastava. Temendo o ridículo de querer manter algo que inevitavelmente lá ia desabando, numa expressão cruel da física em meu corpo, decidi tratar da mente e do espírito, como resistência ao incomensurável tempo que não parava de causar danos irreversíveis, decidindo então, que algo significativo, deveria permanecer intacto as ações devastadoras do malvado tempo. É, mas o tempo não se comoveu e tem acelerado de tal maneira, que já me enquadro no estereótipo popular de estar com o pé na cova, afinal, é dito popular que, quando começamos a lembrar demais dos fatos vividos em longínquo passado, é porque estamos prestes a morrer e os que já se foram, começam um interlúdio de boas-vindas. Será?

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