domingo, 20 de novembro de 2016
QUEIMANDO JUDAS
QUEIMANDO JUDAS
Estou aqui pensando nas postagens que diariamente surgem nas redes sociais, que são publicadas em jornais e revistas e largamente exploradas pelas TVs sobre as prisões, condenações, chiliques, caras de pau, movimentos sociais de rua, invasões às instituições, mídias sensacionalistas, opiniões sérias ou até mesmo tendenciosas de intelectuais de direita, de esquerda e, sinceramente, não vejo nada, absolutamente nada, que em forma de orientação séria e educativa ao povo em relação ao porquê dos políticos fazerem o que fazem de maneira sistemática, endêmica e descarada.
Chego mesmo a sentir pena das autoridades bandidas, tanto quanto, lamento pelos Zés ninguéns das comunidades, que a cada dia mais cedo adentram no mundo da marginalidade, já que entendo que ambos são resultado do nosso incentivo pessoal de cidadãos que, de formas brutalmente diferenciadas, os estimulamos, através de uma idolatria histérica ou de um medo aterrorizador, além de uma anulação de bens sociais, mas oferecendo a eles tanto poder e glória que os mesmos passam a acreditar que são os donos do pedaço e que tudo podem, pois se encontram acima do bem e do mal.
Uns porque oferecemos muito, outros porque negamos tudo, num paradoxo assustador.
Em ambas as situações, nos fingimos de cegos e deixamos as águas rolarem, seja por ignorância, por interesses de ganhos pessoais ou mesmo pela sensação de incapacidade de ação a fim de deter os abusos, já que na maioria esmagadora das vezes, nos vemos literalmente sós.
E a simbiose se mantém a cada eleição, a cada dia em que nos vestimos de Deus e de Diabo, num constante doar e condenar, sem qualquer perspectiva real, palpável, de compreender que políticos existem para servir ao povo e não o inverso.
No momento em que entendermos as regras mínimas de administração pública, certamente estaremos aptos a eleger políticos sérios, que seguirão as normas ditadas pelas regras de uma administração coerente e respeitosa.
Eles entenderão que seus postos são temporários e tênues, caso não se enquadrem no espírito do bem comum.
Continuando a idolatrar os Deuses, a aplaudir seus ganhos e vitórias pessoais ou aplaudindo seus assassinatos, nas ruas e becos de cada cidade, continuaremos oferecendo a uns tudo e a outros nada e, no final das contas, malhamos ambos como Judas a cada instante de nossas vidas sistêmicas, como forma de consolo pela nossa própria estupidez.
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