São quatro
horas da tarde desta segunda-feira de um outono muito esquisito, mais parecendo
verão e dos brabos, levando-me a sentir inveja das postagens de amigos que
moram em outras paragens, onde o friozinho já se faz presente.
Sinto as
vezes falta desta variante e não tê-la, certamente me faz ficar um pouquinho
enfadada ou até mesmo irritada.
Adoro o sol,
o calor e as delícias deste clima tropical, mas de vez em quando, um friozinho
esperto me agrada e se não posso senti-lo como em outras épocas, bem...
Fecho os
olhos, paro de digitar e me deixo transportar para as montanhas de Minas Gerais
e dos trinta invernos em que por lá vivi e me deliciei, lembrando-me dos
capotes, gorros, botas e até mesmo luvas, usadas nas ocasiões mais geladas,
principalmente, nos oito anos em que morei na Serra da Piedade, entre os mognos
frondosos e a infinidade de palmeiras, cujos palmitos tenros, adornavam os
saborosos bifes de filé que infinitas vezes saboreei ou mesmo, os caldos
verdes, deliciosos que jantávamos, tendo a nossa frente, um belo e verde pasto
de minha saudosa Cachoeira do Campo.
Estou
saudosista, talvez precisando variar um pouco para não fugir à velha regra do
hábito humano de jamais estar satisfeito com o que possui, imprimindo na
rotina, breves pausas, para vez por outra, sonhar mais além com o não vivido ou
tão somente, resgatar o melhor que já passou...
Sei lá, o
que sei é que neste instante eu gostaria de estar sentindo o ventinho frio que
por lá, vinha acompanhado do cheiro de terra fresca, saudável, numa profusão de
aromas dos quais jamais me esqueci.
Deixo,
então, rolar algumas lágrimas de saudade sem dor, dando espaço a emoção que me
invade e reacende em mim a certeza de que nesta vida, tudo, simplesmente tudo,
sempre foi maravilhoso.
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