Na quietude
desta tarde de sábado, ainda ensolarada de um outono bem diferente dos muitos já
vividos, sinto-me absolutamente de mal com o tempo, que tudo muda, menos
algumas posturas feias que algumas pessoas adotam em suas vidas, pensando,
certamente, que a todos enganam.
Desfilam
suas inadequações com sorrisos enganosos, que protegem a si mesmos em
detrimento do tudo mais.
Sinto-me
vivendo na “Era do Oportunismo”, da mentira e da desfaçatez, sem qualquer outra
saída, que não seja, também esbanjar fracos sorrisos de amparo a mim mesma, por
ter de ainda conviver com os abutres que descobri existirem ainda na juventude
e que me levaram a escrever páginas intermináveis, numa busca quase frenética
de imunização.
De repente,
retiro as mãos que conduzem os dedos sobre as teclas do computador e me curvo sobre
ele, levando minhas mãos à minha barriga, como se quisesse arrancar minhas
entranhas que se contorcem de nojo, de enfado e de desencanto.
Ainda bem
que existem na ponta dos caules espinhosos, belas rosas que nos induzem com
seus aromas e cores a seguir em frente, afinal, também elas, ao longo do tempo,
permanecem as mesmas, imutáveis e reconfortantes.
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