Todas as
vezes que ouço alguém próximo de mim ou não, lamentando isto ou aquilo em sua
vida, assim como nos meus escritos de toda quase a minha vida, procuro mostrar
que ela/e, pode mudar sua história a qualquer momento e que esta possibilidade
é absolutamente real, palpável e que apenas lhe compete esta solução, todavia,
sempre a resposta é a mesma: isto é filosofia ... Bonito de se falar, mas na
prática, não é possível, pois acabarei perdendo isto ou aquilo e assim por
diante, apresentando justificativas aparentemente convincentes, mas que, para
mim, soam como artífices de um “me engano”, porque mudar qualquer hábito requer
sempre um enorme sacrifício, também em relação disto ou daquilo.
Tudo é uma
questão de prioridade que geralmente não somos preparados para enxergar em
nossas vidas práticas, pois ainda em nossa infância nos dizem com insistência
que precisamos fazer isto ou aquilo para nos tornarmos alguém, e aí, somos
induzidos a seguir os modelos já traçados pelo sistema social, sem que,
verdadeiramente, tenhamos tempo hábil necessário para perceber que já somos um
alguém que, tão somente, precisa encontrar as suas benditas prioridades.
E num
vendaval de falsos valores íntimos, vamos sendo formados como figurantes
sociais, sem nos darmos conta do descomunal vazio interior que lá vai se
desenvolvendo, incomodando, tirando a satisfação autêntica de quase tudo,
induzindo-nos às fugas mais destrutivas possíveis, mas que espertamente o nosso
consciente viciado direciona a desconsiderar, criando assim um ciclo vicioso pra
lá de doentio, absolutamente, machucador.
Imagine-se
correndo descalço em uma estrada repleta de cascalho que está lhe ferindo,
quando os tênis protetores estão em suas mãos. Por que não, coloca-los?
No cotidiano
também é assim, pena que achemos que por estarem já feridos, nossos pés não
aceitarão os benditos sapatos. E nesta insistência absurda e sem nexo, seguimos
correndo sobre os cascalhos, destruindo nossos pés que são nossas prioridades.
Isto não é filosofia, basta que
olhemos os nossos pés, sintamos nossas almas e comparemos com o tudo que conquistamos
prioritariamente, acreditando sem qualquer critério pessoal quanto as nossas
reais prioridades, que nos transformaria em um alguém.
Um alguém
que tudo possui, menos a liberdade de ser apenas, eu.
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