Projeto
apresentado como requisito para avaliação para ser aplicado no PROJETO CIDADE
DA CRIANÇA, localizado em Amoreiras na cidade de Itaparica – Bahia.
Regina
Maria Pinto de Carvalho
E mail: natuexistencial@
Hotmail.com
Contato: 071-
86311695 71- 36313715 071- 36312455
Itaparica – Ba.
JULHO de 2015
Introdução
Quando pensamos em
educação doméstica, imediatamente, pensamos na mulher pela sua trajetória
histórica no comando da administração do lar, na educação dos filhos, cabendo
ao homem o papel de provedor.
Todavia com as inúmeras
transformações que o mundo vem acolhendo desde a segunda guerra mundial, quando
as mulheres foram chamadas aos trabalhos na indústria, que esta realidade vem
se alterando, mas foi nos últimos cinquenta anos que o processo se acelerou,
amparados nos movimentos sociais e estimulados com o advento da internet
e das redes sociais que verdadeiramente, podemos afirmar que o papel da mulher
do lar tem sido substituído por outros modelos familiares que abrigam uma
diversidade de comandos.
Baseados nesta realidade
cotidiana que pensamos em um projeto que abordasse a educação doméstica como um
atributo de homens e mulheres, incluindo as famílias que são constituídas por
relações homo afetivas.
Durante este período de
novas inserções e de novos modelos, criou-se uma marginalização “daquela
mulher” que apenas se dedicava à família, conferindo a elas uma espécie de
desqualificação, incapaz de gerir a sua própria vida, criando-se assim um
preconceito que invadiu e destruiu de forma brutal, o modelo de administração
doméstica que até então, servia de modelo e amparo a conservação de posturas
educacionais que se estendiam a vida cotidiana em todas as áreas da vida humana
em sociedade.
Não houve tempo para uma
maior e mais clara adaptação e a partir desta abrupta mudança, as mulheres,
fugindo do estigma de “donas de casa” e sem margens orientadoras, foram adentrando
no mercado de trabalho, sem deixarem suas atuações naturalmente biológicas
de mães e também administradoras do lar.
Enquanto estas transformações
ocorriam nos lares, na escola não foi diferente, pois diante das rápidas e
diversificadas alterações posturais com a inserção de novos valores sociais e
sem que houvesse um plano reformulador que no mínimo, tentasse acompanhar
pedagogicamente tanto os professores, como os alunos, assim como todos os
profissionais inseridos no cotidiano de cada unidade escolar, fomos percebendo
que um caos se delineava, deixando a todos os envolvidos meio que perdidos e
sem rumo.
As famílias passaram a
esperar e a exigir da escola um papel educador que não lhe cabe, assim como a
escola ressentida com a total falta de participação dos pais, passou a executar
mecanicamente a sua função e neste contexto desequilibrado, a criança foi sendo
excluída em seu direito de receber a devida formação psicoemocional a que tem
direito, assim como todas as mais básicas noções na formação de convivência com
os demais.
Outros fatores como a
globalização, expansão da comunicação, tornando-se instantânea e levando a cada
cidadão um sentimento de competição e consumismo sem a devida estruturação,
criou um desajuste financeiro nas famílias, exigindo delas uma busca sempre
maior de recursos que exige também um afastamento doméstico maior, favorecendo
um estresse contínuo pelo próprio exercício da vivencia cotidiana nas grandes,
pequenas e médias cidades.
A migração do homem do
campo de forma desordenada aliada a falta de políticas públicas e a devida
urbanização, foi abrindo espaço para o surgimento de ambientes improvisados sem
qualquer planejamento social, estimulando a pobreza, a falta de higiene e
consequente violência.
Outro sério e
contundente agente transformado que se inseriu a partir dos anos sessenta e que
teve a sua aceleração a partir dos anos 80, foram as drogas que trouxeram com
elas a violência, acabando por jogar por terra todos os valores de
sustentabilidade familiar, respeitabilidade escolar e ética social.
Estas alterações
absolutamente radicais vieram acompanhadas de novos modelos de formação
familiar em um país ainda machista e que camufla uma enorme diversidade de
preconceitos, sem que tenha sido criado mecanismos que amparassem efetivamente
a pessoa humana na sociedade brasileira, independentemente da classe social,
sexo ou etnia.
Objetivo Geral
O Objetivo deste projeto
é justamente o de levar as comunidades notoriamente mais desprovidas do amparo
social, através das pessoas em geral que tenham filhos ou que exerçam algum
papel de liderança em suas comunidades, um resgate de valores, atualizando-os
as realidades atuais, com o propósito de estruturar parâmetros que sirvam como
bússola norteadora de um bem estar pessoal, familiar e comunitário, pois
acreditamos que não estamos capacitados a mudar o mundo, mas que através da
mudança de posturas, adequando-as as nossas mais legítimas necessidades sempre
com o olhar mais amplo em direção ao bem comum, somos capazes de alterar nossas
realidades assim como o universo pessoal no qual estamos inseridos.
A operacionalidade de
nosso cotidiano depende unicamente de nossa disposição pessoal em nos tornarmos
agentes transformadores.
Metodologia
Trataremos de assuntos
inerentes ao dia a dia básico, partindo do princípio do exercício de uma
disciplina cotidiana que implica na condução de um bem viver, onde a saúde, a
alimentação, a convivência e a valorização do núcleo familiar, seja objetivo
maior.
Para tanto, disponibilizaremos
profissionais de áreas específicas que focarão através de palestras acompanhadas
de vídeos ilustrativos, os básicos, mas fundamentais processos de condução de
um dia a dia doméstico mais adequado ao desenvolvimento da criança e
estruturação do ambiente doméstico que, certamente se refletirá no universo
exterior comunitário.
Acreditamos que
cidadania seja uma conquista adquirida através do respeito a condição humana
racional de considerar direitos e consequentes deveres e para tanto, teremos
profissionais qualificados nas áreas da saúde, jurídica, social e educacional,
colocando os nossos focos nas alterações que se fazem necessárias para um
restauro atualizado dos valores familiares por serem as bases fundamentais na
formação das posturas sociais.
Ao termino de cada
encontro, reuniremos as participantes para um lanche de confraternização, onde
procuraremos criar um clima de integração, estimulando uma participação mais
ativa no cotidiano do projeto, através de trabalhos voluntários mensais, onde
cada doação pessoal deverá ser compreendido como base de continuidade aos
benefícios recebidos através da qualidade de vida que estará sendo oferecido a
cada criança que as mesmas representam, assim estimulando o senso de
pertencimento de cada mãe ou responsável.
Será oferecido
apostilas, dinâmicas de grupo e certificado de participação.
ABERTURA
Iniciaremos fazendo um
mergulho em nosso interior de pessoa humana, abrindo espaço para realidades
cruciais à manutenção da vida e que de maneira expressiva, sequer são
observadas nos nossos cotidianos.
A coerência existencial
é a busca do conhecimento de si próprio em relação à sua vida, no exercício
cotidiano da vivência.
Este conhecimento se
torna necessário na medida em que nos tornamos doutores em tudo, buscamos
entendimentos minuciosos e daí, crescemos nos campos tecnológicos, científicos
e culturais de todos os tipos e nos esquecemos de buscar um maior entendimento
sobre nós mesmos, apenas nos limitando, como temos feito nos últimos 150 anos
aproximadamente, donde nos aperfeiçoamos quanto ao desenvolvimento de infinitas
matérias, em detrimento de nossa mente, mãe e pai de nosso equilíbrio pessoal.
Não há na história da humanidade,
um volume tão expressivo de criaturas geniais e criativas como vem acontecendo
neste período.
Fomos proliferando na
genialidade criativa e nos alienando quanto ao entendimento da razão de nossas
existências.
Daí a crescente
violência interpessoal, onde não há a consciência da necessária parceria entre
nós e o tudo o mais, que verdadeiramente nos mantém com vida plena.
Portanto, coerência
existencial é o entendimento harmonioso entre o ser matéria e o ser mente.
É o equilíbrio das
emoções determinando, saúde e qualidade de vida.
É passar a crer que
somos infinitos em nossas grandezas individuais, com capacidade também infinita
de interagirmos com o ciclo da vida, podendo a cada milionésimo de segundo,
proporcionar ao tudo o mais, vibrações preciosas de participação de luz
própria, mantendo assim, enriquecida a memória emocional do universo em uma
doação permanente ao próximo.
É despertar a mente para
a compreensão das próprias posturas, buscando o reconhecimento das afinidades e
procedendo a uma faxina pessoal onde, o não necessário seja descartado.
A partir dessa
iniciativa, passa-se a uma troca permanente de vibrações harmoniosas entre a
criatura e o universo, onde o tudo do todo está inserido.
Afinal, se somos capazes
de nos habituarmos a conviver com o que nos desagrada, imaginem o quanto de
fantástico possa ser viver abastecido e em plenitude.
“A
tarefa maior de nossas vidas deve ser o de nos tornar garimpeiros e ourives de
nós mesmos” (Trecho do livro “Coerência Existencial” Autora- Regina Carvalho,
2007- Itaparica- Ba)