Ainda me lembro, apesar do muito tempo, da bandeja de frutas,
onde majestosas, lá estavam elas, belíssimas e robustas frutas do conde que, me
fascinaram. Apreciei-as por toda uma vida e até hoje, encanto-me quando meus
olhos nelas pousam, levando-me imediatamente ao desejo irrefreável de comê-las.
De tanto apreciá-las, arrisquei plantar uma sementinha, na
lateral de minha casa, em um canteiro acanhado, mas certamente abençoado, pois
além de fazê-la desabrochar, crescendo e me oferecendo frutos, ainda me faz
lembrar a cada fruto saboreado, de minha infância querida que os anos levaram,
não sem antes resguardar as lembranças , que me acompanharam, enriquecendo meus
dias, adocicando meus ais.
Acabei de saborear o primeiro fruto deste ano, existem mais
quatro se desenvolvendo. Em cada amanhecer, como de costume, converso e
acaricio uma por uma, como queridos filhos, ávidos por atenção, como grandes
amigos que mutuamente se necessitam, se buscam e se acariciam, em uma
recíproca troca, de carinhos, de perfumes e sabores.
Estou celebrando a vida e repartindo-o com você nesta quinta-
feira ensolarada deste fim de fevereiro, onde há vida e liberdade para todo
aquele, que não quiser se aprisionar.
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