sábado, 30 de julho de 2016

UMA MENTE BUSCANDO ADAPTAÇÃO


Hoje, acordei com a sensação de querer me achar neste mundo, não por me sentir triste ou insegura, apenas porque de uns tempos para cá, tenho me surpreendido com a forma com que a maioria das pessoas tem me tratado e que muito vai além da educação ou consideração e que somente hoje, ao acordar, percebi que é porque envelheci mais um pouco e não havia até então percebido, além é claro da realidade sincera dos espelhos e das limitações progressivas do meu físico.
Todavia, pelo menos para mim, uma coisa nada tem com a outra coisa e aí, a porca tem torcido o rabo, e só agora, gritou de dor.
Dor de não me sentir velha, dor por ainda fazer planos tendo a consciência da total falta de horizontes no tempo.
Dor por não me admitir literalmente acabada, somente para atender aos apelos da crueldade de um sistema que induz a criatura humana a acreditar que ao perder o apogeu de sua vitalidade, não serve para mais nada e deve ser excluída como acontece com a maioria dos animais nas selvas, numa alienação brutal em relação a imensa diferença que é justo, a capacidade de pensar, criar e se repaginar em contraponto ao fato animalesco de apenas procriar.
Dor por constatar nos olhares e atitudes alheias a negação do óbvio do próprio envelhecimento, como se a juventude para eles fosse eterna.
 E o será, enquanto durar toda a sua imensa capacidade de sonhar e ser feliz.

Que neste fim de semana meio chuvoso, haja a oportunidade de cada um se olhar no espelho reconhecendo a beleza de tão somente, existir.

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