De repente
brotou em minha mente as imagens de minha amada Guapimirim(RJ) e junto com elas
o questionamento sobre a intensidade, assim como a origem emocional deste amor,
como se tal explicação estivesse guardada em outra parte ainda não revelada de
minha mente.
Literalmente,
deixo minhas tarefas matinais e corro para o computador, deixando jorrar as
lembranças em forma de letras, na esperança infantil de que possam definir
tantas emoções vividas em minha infância e adolescência.
Sem mesmo
qualquer esforço, posso enxergar na tela, não apenas o que escrevo, mas as
imagens vívidas que me marcaram de forma indelével, justo por terem sido tão
particularmente reais às minhas afinidades, a ponto de se inserirem em meu todo
de criatura humana.
Estou indo
mais além, sentindo aromas, nesta minha loucura psicoemocional deste amanhecer em
que me encontro tão longe geograficamente de tudo que me fascinou e que me foi
impresso com tintas tão resistentes que o tempo com sua diversidade e nem
sempre piedosa, foi capaz sequer de borrar ou descolorir.
Posso neste
instante solene, não só sentir como experimentar o frescor da umidade das samambaias
do brejo que imponentes, serpenteavam as margens do riacho, criando em meu
imaginário infantil, celeiro de meus sonhos, guardiães de meus medos e dos meus
não entendimentos, mas acima de tudo, amigas fiéis e amorosas de minhas
realidades.
Como posso
medir tamanha integração?
Como
dimensionar esta parceria que mesmo estando eu, neste instante, no outono de
minha vida, ainda atua de forma incomensurável a ponto de reforçar-me a crença
na vida e em tudo que nela existe?
Não há
explicação, tão somente, o descortinamento constante de uma estrutura que se
mantém inabalável, através de raízes fortes e de um clima emocional ameno.
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