sábado, 30 de abril de 2016

POLÍTICA & POLÍTICOS


 Fico em minha solidão de escrevinhadora, num exercício constante, afinal, as palavras não brotam do nada, precisando sempre serem estimuladas pela bendita criatividade que por sua vez, exige disciplina.
Como sempre redigi de forma livre e absolutamente pessoal, sem qualquer tipo de coerção, busco ser então, a mais fiel possível entre as minhas observações e os fatos que se apresentam, pois existe um emocional que pode ser traiçoeiro, enganador, pois camufla ou alicia sentimentos que determinam posturas que, nem sempre são confiáveis. Portanto, a linha divisória é sempre muito tênue e esta debilidade está sempre muito próxima de cada palavra, frase ou da expressão que se deseje realmente oferecer.
Esta é sempre a razão maior que me leva a evitar traçar considerações sobre política e principalmente, políticos, reconhecendo de pronto que esta minha opção me angustia, pois o que eu gostaria mesmo por todo o tempo, era fazer exatamente o contrário. Afinal, vê-los ou ouvi-los atuando, com raras e preciosas exceções é sempre um enorme manancial de contradições, aberrações que no mínimo, desperta nos escrevinhadores como eu, profunda desolação que por sua vez, estimula a lógica do que deveria ser o adequado.
Frente a este duelo pessoal entre deixar transbordar meu desencanto e meu exercício cotidiano de escrevinhar, na maioria das vezes, opto por calar minhas letras que pululam em minha mente, ciente de que, quase tudo já foi dito, pensado e expresso sobre este assunto e que, jamais foi capaz de frear os ímpetos da ganância e da vaidade humana, desvirtuadores tenazes da postura dos políticos que, afinal, imprimem o perfil da política de um modo muito particular, mas cima de tudo, sapiente, pois oferece com regularidade, o néctar da alienação que, de tão poderosamente destrutiva, induz às falsas verdades que escravizam, aprisionando a capacidade de discernir o lógico do bem comum.
Estamos presenciando uma comédia de horrores, onde lobos devoram lobos, numa explicita demonstração do que verdadeiramente nós povo representamos, ou seja; um bando de babacas divididos entre o absurdo e o fantasmagórico.
Portanto, escrever o quê, além de um profundo lamentar, pois nunca este ditado popular foi mais adequado.
Se ficar o bicho come e se correr o bicho pega.


sábado, 23 de abril de 2016

DESCORTINANDO A ALMA


De repente brotou em minha mente as imagens de minha amada Guapimirim(RJ) e junto com elas o questionamento sobre a intensidade, assim como a origem emocional deste amor, como se tal explicação estivesse guardada em outra parte ainda não revelada de minha mente.
Literalmente, deixo minhas tarefas matinais e corro para o computador, deixando jorrar as lembranças em forma de letras, na esperança infantil de que possam definir tantas emoções vividas em minha infância e adolescência.
Sem mesmo qualquer esforço, posso enxergar na tela, não apenas o que escrevo, mas as imagens vívidas que me marcaram de forma indelével, justo por terem sido tão particularmente reais às minhas afinidades, a ponto de se inserirem em meu todo de criatura humana.
Estou indo mais além, sentindo aromas, nesta minha loucura psicoemocional deste amanhecer em que me encontro tão longe geograficamente de tudo que me fascinou e que me foi impresso com tintas tão resistentes que o tempo com sua diversidade e nem sempre piedosa, foi capaz sequer de borrar ou descolorir.
Posso neste instante solene, não só sentir como experimentar o frescor da umidade das samambaias do brejo que imponentes, serpenteavam as margens do riacho, criando em meu imaginário infantil, celeiro de meus sonhos, guardiães de meus medos e dos meus não entendimentos, mas acima de tudo, amigas fiéis e amorosas de minhas realidades.
Como posso medir tamanha integração?
Como dimensionar esta parceria que mesmo estando eu, neste instante, no outono de minha vida, ainda atua de forma incomensurável a ponto de reforçar-me a crença na vida e em tudo que nela existe?
Não há explicação, tão somente, o descortinamento constante de uma estrutura que se mantém inabalável, através de raízes fortes e de um clima emocional ameno.


quinta-feira, 21 de abril de 2016

REFLETINDO

O falso paternalismo governamental tende a silenciar seu povo, tornando-o submisso às pequenas oferendas e privando-o de seus direitos constitucionais.Mais do que isso, empobrece sua capacidade de criar e de alimentar perspectivas. Estimula à idolatria, sufoca com a somente aparente educação, tornando seus cidadãos, incapazes de enxergarem a pobreza e a frieza da banalidade que lentamente vai destruindo os valores maiores da universalidade de qualquer ação coletiva.

O BRILHO DO ESSENCIAL


O dia ainda não clareou e cá estou como de costume, cercada pelos meus cachorrinhos, frente ao computador, escrevendo sobre os meus sentimentos que teimosos, insistem em não acompanharem a minha própria cronologia, mantendo assim em mim, um continuado senso de vanguardismo, que imprimo em minhas certezas e dúvidas cotidianas, mas que jamais cedeu lugar ao banal ou ao pouco caso, permitindo-me por todo o tempo, enxergar primeiro o bom e o bonito de tudo e todos que me cercam e que também me estimula a compreender as infinitas diferenças, transformando-as em desafios a serem apenas vividos e se necessário, superados.
Longe de meus pássaros, flores e frutos, mas bem mais próximo do mar e se não bastasse, ainda posso olhar por sobre a janela e enxergar o verde, respirar fundo e sentir o cheirinho do mar, além do privilégio em acordar tendo a lua como a mais poderosa luz a focar-me como um silencioso e bendito despertador.
E aí, tudo o mais que possa não ter tanto brilho e sedução, torna-se irrelevante, absolutamente possível de ser vivenciado.
Que nesta quinta-feira, feriado nacional, o brilho do essencialmente belo circule a sua vida.


domingo, 10 de abril de 2016

REAVALIANDO


Estou aqui pensando, logo cedinho neste domingo, que afinal começar o processo de envelhecimento, que ocorre tão logo que nascemos, traz preciosas vantagens em relação ao cotidiano da convivência e talvez a mais relevante seja o imediatismo do senso avaliativo das próprias posturas.
Todavia, este fenômeno de transposição cronológica em que o aparente lógico substitui o real senso avaliativo, não venha a ocorrer com todos, já que é possível encontrar-se velhotes (as), absolutamente sem noção e que morrem pensando, falando e fazendo exatamente da mesma forma, num orgulho irracional do quanto são capazes de permanecerem estáticos sem qualquer alteração evolutiva.
A reciclagem racional acontece por toda a existência da criatura humana, como um contínuo aprendizado que vai se somando e criando novas e surpreendentes visões sobre os mesmos interesses, trazendo para a criatura uma infindável gama de subsídios que a mesma pode e deve aplicar em sua rotina.
Os orientais sabem muito bem disto, tanto que desde sempre cuidam de seus velhos, extraindo deles a sabedoria da vivência, porque, afinal, de que valeria a vida se não houvesse embutida nela a inteligência universal, que nada mais é que a somatória dos conhecimentos e emoções vibracionais que cada ser vivo ao transmutar para outra expressabilidade de vida, deixa como legado universal?
O ciclo permanece girando e se capacitando e eu, que sou, tão somente, mais uma molécula deste universo, integro-me sem reservas na constante absorção de novos aprendizados, porque, afinal, a vida em sua mutação diária é uma bendita escola, que não posso deixar de frequentar.


quinta-feira, 7 de abril de 2016

Estupefatos?
Depois de meses ouvindo, vendo e lendo a respeito desta crise política, além é claro da assustadora crise econômica, em minha ignorância de simplesmente ser uma senhorinha do povo, chego à conclusão que todas as manifestações que nós, ao longo deste tempo de investigações, disputas de poder, egos e etc. e tal, viemos tendo, tão somente, transformou-se em absoluta indignação, porque fomos obrigados a encarar nossa incapacidade em conviver com a realidade que, por longos anos, para não falar décadas e até mesmo séculos, fizeram de nós, cumplices silenciosos dos desmandos, roubalheiras e canalhices que não só solaparam por todos os tempos as nossas instituições, como aliciaram nossas condutas, transformando-nos em arremedos de espertinhos, sempre prontos a nos darmos bem, numa cópia barata e, portanto, feia, mas consistentemente convincente, pois tirou de nós a capacidade de enxergarmos o lógico, sobre o prisma humano, onde o bem comum deveria ser a regra primeira da Democracia, a qual apregoamos defender.
Não nos habituamos a encarar a realidade dos fatos e fugimos deles como o diabo foge da cruz, numa resistência absurda, fazendo-nos de cegos e surdos, como se eles fossem punhais afiados que, de alguma forma, irá nos perfurar e, então, fingimos que tudo vai bem, num esticar de cordas que transcende a razão.
Especialistas econômicos há muito vem alertando de que a nossa economia descia rapidamente a ladeira e que, certamente, os ônus chegariam aos nossos bolsos.
Mas e daí, não é mesmo?
Afinal, estávamos ganhando espaço social, destaque pessoal e intimo com a aquisição de bens, até então impossíveis de serem sonhados e, em nossa frustração incubada, estávamos chegando mais perto da famigerada elite que sempre nos explorou, afinal, passamos a ser classe média.
Pois é...
E como se tudo tivesse acontecido de uma hora para a outra, ficamos estupefatos, diante dos bilhões desviados dos cofres públicos, e mais ainda, com a cara de pau daqueles que admirávamos em seus ternos e sapatos importados, daqueles eloquentes que nos levaram a crer que estavam cuidando de nós, dando-nos finalmente a carta de alforria, com direitos a saúde, educação e dignidade social e, principalmente, o perdão por tantos erros avaliativos e enganos covardes por nós cometidos ao fecharmos a nossa mente e a nossa alma à nossa compreensão maior em relação ao óbvio existencial que é o de sabermos diferenciar o joio do trigo, numa troca doentia das estações de nossas próprias sobrevivências.
É isso aí...
Estupefatos, por que?




ESPLENDIDO GOZO

De onde surgiu o meu improviso, não sei precisar, mas, com certeza, sempre foi a minha mais autêntica realidade, custando-me em algumas ocas...