sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

PENSANDO NISTO E NAQUILO

Diante de um inicio de ano meio que tumultuado com a greve dos policiais militares na Bahia, desabamentos de prédios no Rio e São Paulo, chuvas torrenciais para todos os lados no sudeste e norte, assassinatos, chacinas, crimes passionais e suicídios como o que ocorreu há poucos dias com a figura emblemática de Sapoti, em Itaparica, e se não bastasse ainda estar adentrando em um ano eleitoral, restando-me a certeza absoluta de que eu, assim como qualquer outra pessoa, precisa rever valores e posturas senão para com o intuito de algo poder amenizar na própria mente, pelo menos para com a lucidez compreensiva, ir vivendo cada dia buscando, seja com os parceiros, filhos, vizinhos, patrões ou empregados, um conviver menos traumático, estressante e absolutamente idiota, se não nos esquecermos de nossas finitudes que sem hora e dia marcados, certamente virá nos dizer olá, e aí... bem... aí de que mesmo valeu tantas perdas de tempo?

Pelos mortos, pessoalmente nada mais podemos fazer, mas por nós, ah! Nem é bom imaginar muito, pois certamente nos faltaria tempo terreno para vivenciar a infinidade de gozos pelos quais poderíamos nos dar ao desfrute.

Nesta semana, mais uma vez participei como assistente de uma mesa redonda, onde a pauta era os direitos humanos, cujo foco era a intolerância às diversidades em geral, mas que abordou maciçamente a causa negra e a homofobia.

Pensei, então, no quanto ao longo de mais de um século esses temas foram alvo de lutas em prol de direitos que infelizmente jamais aconteceram com plenitude, única e exclusivamente porque o cerne de tais questões precisa ser adequado á realidade de que somos todos maravilhosamente ou diabolicamente diferentes e que somente através de um consenso onde o “respeito” norteará novas condutas e então poder-se-á sentir, desejar e verdadeiramente querer-se compreender o significado complexo, mas gratificante e acolhedor, do estado de direito, merecidamente um direito de todo ser vivo.

Porque ao não respeitarmos seja o outro, os animais, as nossas obrigações profissionais, os sentimentos coletivos e toda e qualquer relação que no cotidiano exercitamos uns com os outros ou com todas as coisas que abastecem a vida, o mundo e o nosso universo pessoal também e principalmente nos flagelamos, descumprindo a única tarefa que nos cabe, que é justo a preservação da dignidade de nós mesmos.

Quando cumprimos nosso trabalho com satisfação, decência, ética, oferecendo o nosso melhor, não deveríamos estar crendo que esta dedicação só beneficiará o nosso patrão, a empregados, família, além do tudo o mais que cremos estejam nos cobrando, mas acima de tudo estaremos polindo a nossa autoestima, oferecendo a nós o respeito que merecemos, assim como o direito de nos sentirmos pessoas melhores e consequentemente ao tudo mais que conosco interage.

Este princípio é básico e fundamental, simples e determinante, mas acima de tudo uma constante irrigação de amparo ao direcionamento de nossas passadas existenciais.

Portanto, pensava então enquanto ouvia as distintas professoras, explanando sobre leis e lutas que tudo é muito teórico, porque verdadeiramente na prática onde ocorrem as diferenças, as mazelas e as agressões sejam individuais ou de grupo, todos se sentem com direitos, mas ninguém, seja agressor ou vítima, se sente verdadeiramente respeitado.

E aí, como eu posso esperar receber de alguém algo que sequer poderei identificar? Como poderei ofertar o que sequer jamais possuí? Geralmente, cremos que sabemos muito, pelo menos disto ou daquilo. Somos arrogantes em nossas afirmativas e cruéis com as nossas conquistas frente ao despreparo que sempre cremos existir no outro, no sistema e na vida.

Que tal acordarmos para a certeza de que afinal somos nós que não partilharmos com o outro, somos nós que criamos e mantemos o sistema tal qual ele se apresenta, sem qualquer resquício maior de respeito seja lá em que estágio dele venhamos a necessitar, e quanto a vida, ah! Com certeza, somos nós que a determinamos passo a passo com a nossa contumaz arrogância em crermos que esta, pelo menos para nós, jamais se findará.

Pense nisso, e se fizer sentido, comece sendo gentil, simpático e solidário e, provavelmente, o seu universo pessoal vai agradecer e sua morada, que é sua mente, agradecerá.

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Sou uma velha de 75 anos que só lamenta não ter tido aos 30/40 a paz e o equilíbrio que desfruto hoje. Sim é verdade que não tenho controle ...