terça-feira, 14 de junho de 2011

O TEMPO PASSA

Parece que foi ontem… É assim que surpreendidos, constatamos que o tempo passou desde que, fizemos isto ou aquilo.
Por total autoproteção, deixamos o tempo correr, dando a nós mesmos a impressão que não estamos percebendo, mas lá no fundinho, bem sabemos de sua velocidade, até porque, o físico alerta e o espelho mostra, inexoravelmente cruel, as marcas deste tempo sorrateiro que a ninguém perdoa.
E aí, diante desta “suposta” surpresa, só nos resta o consolo do tempo já vivido, buscando nele, aqueles em que fomos absolutamente felizes. E se em meio a esta busca, formos invadidos por lembranças de tempos tristes, que, fechemos então os olhos, balancemos rapidamente a cabeça, espantando-as com veemência, porque afinal, se não podemos resgatar do tempo, tão somente, lembranças, que sejam pelo menos as boas, somente aquelas que nos fazem sorrir.
Bem, estou escrevendo sobre o tempo, porque hoje, foi um daqueles dias em que me olhei no espelho bem de pertinho, descobrindo novas rugas, medindo os pneuzinhos, apertando minha papinha, alisando meu pescoço, sentindo minha pele, minha vida, minha alma.
Fixei-me nos meus olhos que, emocionados se umedeceram, talvez por um tempo, que eu quisera ter agarrado e não deixado passar.
Mas ele passou... E em meio a está constatação um pouco melancólica, penso então que ainda bem, sinal de vida vivida, sinal de mais vida ainda à viver.
Penso então, nas boas e saudáveis gargalhadas, que certamente ainda darei, pois se o tempo passou me fazendo velha, enrugando a pele, fazendo cair a bunda, deixou-me intacto o bom humor e uma imensa vontade de viver.
Portanto, se o tempo é malvado e se sabe como ninguém, ser cruel, também sabe ser generoso, amigo e piedoso, me permitindo ainda de quebra, recordar mais que qualquer alguém, a fabulosa vida que já vivi.
E como sou abusada, Jamais me satisfazendo com pouco, faço troça da velhice e sonho como uma jovem.

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