Não sei você, mulher que me lê, mas eu me dou conta que nunca pensei seriamente a respeito do homem ser capaz de sofrer por amor, afinal, pelo menos na minha geração, o homem era apresentado como uma meta a ser conquistada, justo por ser forte, resistente e capaz, inclusive de se apaixonar por mim, mas sem as costumeiras “frescuras” femininas e não, um ser capaz de passar horas pensando num beijo que me daria mais tarde, ao ponto de se atrapalhar nas corriqueiras outras atividades de um só dia.
Penso que essa absurda fortaleza masculina que nos repassavam, de certa forma, ofuscava uma maior humanidade entre o homem e a mulher.
Confesso que pessoalmente, busquei num homem, uma versão de meu poderoso pai, aquela fortaleza, capaz de abrigar sua família com suas asas de proteção, como se este fosse, um ser especial, incapaz de sentir qualquer fraqueza como por exemplo, sofrer por amor.
No meu caso em especial, creditava que seus arroubos de extremo resguardo, eram apenas, o desempenho de um poderoso e responsável guardião, jamais o imaginando, apenas um ser humano, enciumado por sua família, principalmente, nós as suas figuras femininas que para ele, sempre pareciam frágeis.
Resumindo, jamais pensei que o homem, fosse capaz de sentir as inseguranças e as dores de uma possível perda do amor da sua amada.
Meu Deus!!! Que falha absurda em minha educação...
Hoje, sou capaz de compreender que os adoráveis homens, buscam o mesmo que nós, ou seja: aconchego, paixão e segurança e que também, são capazes, mesmo que neguem de como qualquer mulher, fechar os olhos e se imaginar simplesmente, nos braços da mulher amada e não apenas, desejada, como eu imaginava, incapaz de sofrer e até, chorar às escondidas, pela mulher amada.
De repente, me dou conta da fragilidade também existente, na aparente fortaleza masculina, afinal, se buscamos versões dos poderosos pais, eles, buscam a fortaleza estimuladora sempre aquecidas e acolhedoras das mães.
E não me venham lembrar dos abusivos homens, porque, então, serei obrigada a lembrar das abusivas mulheres, teias comportamentais que se perpetuam através das hereditariedades emocionais dos exemplos copiados, assim, como das diferentes culturas ou, degenerativamente presentes na formação neurônica de alguns homens como de algumas mulheres.
Falei difícil, mas aposto que provavelmente, só bobagens, mas por ser hoje sexta-feira, tudo será perdoado com a cervejinha do final da tarde.
Regina Carvalho- 29.11.2024 Itaparica
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