O sol explode em longos fachos que a mim, parecem buscar o domínio do dia, encobrindo as telhas, as copas, distribuindo sua abrasiva quentura, enquanto, que com sua beleza nos distrai, fazendo-nos esquecer do quanto, pode queimar nossas peles, muitas vezes, sensíveis demais aos seus delírios.
Sabemos do perigo, mas é tentador e então, expomo-nos, crendo ingenuamente que resistiremos.
Ingenuamente?
Talvez, não sei...
Afinal, é tão bom senti-lo percorrendo nossos corpos, adentrando em nossas almas, preenchendo nossos desejos com infinitos gozos.
Bendito sol que nos aquece, bendito sol que nos queima, bendito sol sem o qual, pouco ou quase nada, somos.
Não há medida que contenha um sol ardente
Não há expertise que o detenha
Quando sorrateiro nos toca
Tirando-nos das seguras sombras
Quando então, fascinadas,
A ele nos entregamos sem regras e medidas.
Bendito sol, bendita vida, bendita chuva que sempre chega para refrescar uma pele ardida, um coração solitário ou mesmo, partido.
Ingênuas?
Creio que não...
Regina Carvalho- 8.11.2024 Itaparica
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