Volto pra cama as três da manhã, na tentativa de vir a dormir mais um pouco, comportamento que não experimento, sei lá, a quanto tempo, mesmo não acreditando ser possível retomar ao “sono interrompido”, pois, jamais o foi, todavia, deitei e me cobri, deixando um braço de fora e me deliciando com o friozinho gostoso que adentrava pela janela que deixei aberta na esperança de pelo menos poder assistir ao amanhecer deste domingo que já começou sem luz da Coelba, pois, basta começar a chover ou ventar para que desapareça, sem tempo certo para retornar.
Voltou exatamente agora, 17h.
O barulhinho brejeiramente singelo da leve chuva batendo e deslizando pelas folhas das bananeiras ornamentais que decoram o canteiro, logo ao pé do meu quarto, foi o brinde desta madrugada de inspirações cortadas abruptamente, já que sem luz, by by internet e da ativa companhia do meu fiel notebook.
Qual foi a minha surpresa ao constatar que voltei a dormir por mais três horas, o que foi inédito, até porquê, a primeira imagem que me veio à mente, como se fosse o acordar de um pesadelo, foi a da esdrúxula “JANJA”, assoando o nariz em plena sessão da COP 20, como se estivesse displicentemente no sofá de casa, mais uma vez, constrangendo o mundo, com a sua total falta de elegância e senso de oportunidade em se mantér quietinha passeando e usufruindo dos prazeres do Planalto, esperando pelo seu benfeitor e realizador de sonhos.
Se tenho inveja dela, mas é claro que tenho, afinal, quem não gostaria de estar na posição que ela se encontra, se bem, que eu preferiria ter a meu lado, Fernando Henrique Cardoso, pela cultura e distinção, Leonel Brizola pela inteligência e despojada presença, porém absolutamente eloquente ou o gostosíssimo e sensual Roberto Jeferson, que mesmo louco desvairado, faria comigo homéricas farras na piscina do palácio e nas praias deste incrível Brasil Varonil.
Não ter perspectivas do que fazer em mais um domingo que jamais escondi que simplesmente detesto, confesso só pode dar nisto ou seja; merda.
Aff, sem luz, nem mesmo minhas músicas posso escutar e aí, para completar este meu estado de total enfado, a bateria do celular está minguando e as lembranças deliciosas dos beijos que já não tenho em quem dar, nos aquecidos abraços que já não tenho quem me dê e, melhor eu parar por aqui, pois, não se iludam com os cabelos brancos, minhas lembranças, podem ficar picantes.
Preciso não esquecer que sou uma senhorinha e que mesmo tendo uma mente perigosamente atuante, contrariando a minha natureza e vontade, devo me comportar.
Bem... Pelo menos, conservo o humor de uma sempre carioca da gema.
Regina Carvalho- 24.11.2024 Itaparica
👇👇👇Escondendo-me com os óculos escuros dos pensamentos nada ortodoxos que estou tendo ao me imaginar com certas figuras pública. kkk
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