terça-feira, 26 de novembro de 2024

SÓ COMIGO ACONTECE

...e com mais ninguém, como se eu tivesse um imã vibrando e atraindo os inusitados.

E o mais incrível é que os acolho tão naturalmente que o tudo mais, mesmo a princípio, chocado ou abismado, acaba aceitando numa boa, como se fosse algo “normal” absolutamente corriqueiro em seus hábitos e costumes.

Neste instante, ouvindo a música Moonlight Serenade que adoro e que me foi enviada pelo querido amigo Hélio Mesquita, minha memória voou até São Gotardo em 1970, quando lá morei alguns meses, enquanto, meu Roberto providenciava moradia em Brasília, onde moraríamos.

Em certa manhã, enquanto tomava café na copa “DONANA” (avó de meu marido) muito espevitada veio informar indignada que um atrevido rapaz estava na varanda lateral, debaixo da minha janela, fazendo uma serenata à luz de um sol de verão.

Fomos todos ver o acontecimento e lá estava o maluco sem noção, com um violão e se esgoelando e ao me ver, sorriu abestalhadamente como se estivesse vendo uma Deusa e sem parar de tocar e cantar, virou as costas e foi embora e nunca mais o vimos, além de não ter sido reconhecido pelos meus sogros, deduzindo-se que era alguém de "fora", afinal, qual o conhecido se atreveria a tanto? 

Tá certo que eu era um pitéu, além de carioca que na cabeça das pessoas do interior há quase sessenta anos era algo de outro mundo, porém, mesmo assim, ainda casada e recém chegada, conhecendo absolutamente ninguém. 

Coisa de louco...

Uma coisa o matinal seresteiro conseguiu, afinal, tornou-se inesquecível, até porque, foi a única serenata que alguém me dedicou...

Regina Carvalho- 25.11.2024 Itaparica



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