Acordei pensando em minha Itaparica e ao mesmo tempo, recebendo imagens mentais de outros locais deste mundo de meu Deus e, de repente, percebo que de alguma forma, todos, com raríssimas exceções se igualam em relação aos comportamentos de seus cidadãos, independentemente da época observada, não havendo expressivas diferenciações e aí, como permanecer rígida em meus achismos?
Afinal, o que acho ou deixo de achar é tão somente, a minha visão que necessariamente, não representa senão a minha interpretação pessoal, mesmo que esta, esteja embasada por grandes nomes do pensamento humano, mas até eles, deixaram em suas análises, observações de uma realidade que se por eles, não foram logicamente aceitas, com certeza, foram entendidas como realidades existentes entre o bom e o mau, o certo e o errado.
Se assim não fosse, como Hitler teria conseguido tamanha força e expressão em uma terra mãe, berçário de tantos ilustres guerreiros, filósofos e grandes movimentos sociais, humanos e econômicos, até mesmo, um Donald Trump teria tanta expressão e apoiadores em pleno século 21 em uma das três potências mandatária deste mundo globalizado?
Reconheço que Itaparica é apenas, uma aldeia encantada, margeada por uma não menos encantada “baía de todos os santos”, sem maiores pretensões, além de ser o que sempre foi, abrigo acolhedor de nativos e de gente que como eu, por ela se apaixonou.
E quando, estamos apaixonados, disfarçamos o tudo quanto, não nos agrada, preferindo enxergar e usufruir de tão somente, das delícias do ser amado.
É ou não é verdade?
Neste momento, ouço “Arabesque” de Claude Debussy que em certa ocasião escreveu: “Aquela foi a época do 'maravilhoso arabesco', quando a música estava sujeita às leis da beleza, inscritas nos movimentos da própria Natureza”.
Penso também, que assim me sinto, bailando no compasso da natureza, não me deixando esquecer que importante, é a satisfação da maioria, independentemente de qualquer visão contrária, afinal, o povo precisa estar feliz e acreditando em dias melhores, embasados em sua enraizada cultura, assim foi, é e continuará sendo, independentemente da minha conceituação do que seja bem comum, justiça social, progresso sustentável e o escambau...
De minha modesta parte, continuarei insistindo no propósito único de ver minha Itaparica sorridente enquanto eu, ao som de meus passarinhos e tradicionais músicas, sigo adiante, banhando-me com suas águas mansas e mornas e deliciando-me com o mais lindo e translucido sol, já visto pelas minhas retinas e sentido pelo meu corpo de carioca abusadamente apaixonada por ela e sua gente, gostem alguns, ou não.
Simples assim...
Regina Carvalho- 29.10.2024 Itaparica
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