Essa queda não aconteceu de repente, de jeito nenhum, muito pelo contrário, afinal o processo da queda foi lento e sofrido, já que a tendência é a de sempre tentar evitar o tombo final.
Todavia, as circunstâncias em dado momento, são tão absurdamente surpreendentes que por maior que seja a rapidez em apanhá-la antes que, irremediavelmente, caia no chão, não é o suficiente e aí, só Jesus na causa em relação aos efeitos produzidos, parecendo que o mundo inteiro estava contido no peso daquela ficha e de um instante para o outro; Pumba, caiu pesadamente, levando com ela o peso do medo em vê-la desabada, sem que, nada mais seja possível fazer, além de sentir estranhamente um tremendo alívio, afinal, não era uma, mas uma infinidade de fichas, restando apenas, uma pergunta que pode se repetir por algum tempo, pois, é quase impossível querer entender o porquê, de tanta resistência em querer impedir a sua vertiginosa queda.
Como pude permanecer por tanto tempo, lutando contra os efeitos naturais da física?
A real e indiscutível liberdade se dá, exatamente, quando, ao vê-la (as) no chão, temos a impressão de termos acordado de um longo pesadelo onde, na marra fomos obrigados a encarar o fato de estarmos diante de um tremendo alívio, por tudo ter sido apenas um sonho ruim e então, sem culpas, medos e aquela sensação escravizante de insegurança que tanto nos fez sofrer e violar o melhor de nós, sentimos a luz da libertação.
Conscientes da enorme perda de tempo, sentimentos e emoções, passamos a nos perdoar pelas incansáveis justificativas que oferecemos a nós, em infinitas e dolorosas situações em que tentamos evitar a queda.
Pense nisso...
Regina Carvalho- 10.11.2024 Itaparica
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