terça-feira, 12 de novembro de 2024

PENSO

...que já existem infinitas pessoas discursando, escrevendo e poetando dentro dos limites do politicamente correto que, afinal, não promovem outras emoções, além das que despertam as comoções isoladas e pontuais realidades, geralmente, dissociadas de uma empatia pessoal e íntima, como se cada um que lê ou ouve, não estivesse associado e propenso às mesmas experiências, sejam emocionais, psíquicas ou nas práticas cotidianas.

Daí, o absurdo volume das “surpresas”, quando, as cenas das realidades até, então, alheias, nos rondam bem próximas ou o que é impactante, se instalam em nossas acomodadas vivências.


segunda-feira, 11 de novembro de 2024

E SE...

Quem nunca se perguntou: E seu eu tivesse feito, ido, dito, isso ou aquilo, em delírios de absurdas suposições, tentando imaginar como teria sido a própria vida se suas opções tivessem sido diferentes.

Vai saber... 

Como somos generosos, indiscutivelmente, colorimos e romantizamos o que poderia, mas não aconteceu e aí, nem percebemos o quanto, minamos a nossa realidade, geralmente, desconsiderando as vitórias e os prazeres vivenciados, numa quase palpável frustração.

Todavia, também na maioria do tempo, se não fizemos, isto ou aquilo, continuamos a não os fazer, permanecendo na inércia confortável do apenas, e se...


PSIU, SEGREDO NOSSO...

Não sei você, mas eu, simplesmente não consigo arrastar a minha mente a seguir caminho, coladinha com a miha cronologia.

Houve um tempo, diga-se de passagem, bem longo, em que a sociedade na qual, eu estava inserida, exigia de mim, ações e reações que eram dela e não minhas e então, para não acirrar mais rejeições, além das costumeiras, vestia, mal e porcamente, um comportamento bizarro em relação a minha mente e alma que em nada se pareciam com a exigida.

Portanto, em certo momento, este conflito colapsou e, por não estar devidamente preparada, optei pela fuga em prol da própria sobrevivência.


domingo, 10 de novembro de 2024

A FICHA CAIU...

Essa queda não aconteceu de repente, de jeito nenhum, muito pelo contrário, afinal o processo da queda foi lento e sofrido, já que a tendência é a de sempre tentar evitar o tombo final.

Todavia, as circunstâncias em dado momento, são tão absurdamente surpreendentes que por maior que seja a rapidez em apanhá-la antes que, irremediavelmente, caia no chão, não é o suficiente e aí, só Jesus na causa em relação aos efeitos produzidos, parecendo que o mundo inteiro estava contido no peso daquela ficha e de um instante para o outro; Pumba, caiu pesadamente, levando com ela o peso do medo em vê-la desabada, sem que, nada mais seja possível fazer, além de sentir estranhamente um tremendo alívio, afinal, não era uma, mas uma infinidade de fichas, restando apenas, uma pergunta que pode se repetir por algum tempo, pois, é quase impossível querer entender o porquê, de tanta resistência em querer impedir a sua vertiginosa queda.


sábado, 9 de novembro de 2024

Quanto mais tempo vivo em Itaparica, mais me convenço do quanto tudo por aqui é maravilhoso, e se for comparar com outros locais, aí, renovo o meu convencimento de que moro num pedacinho do céu.

Tudo é fantasticamente simples e absurdamente completo, pois consegue-se, ao mesmo tempo, ter-se beleza e paz.

Quisera poder fazer com que todos ao meu redor percebessem o tudo de bom que possuem, não apenas da boca para fora, mas em forma de constante abraço fraternal.


sexta-feira, 8 de novembro de 2024

MULHERES INGÊNUAS?

O sol explode em longos fachos que a mim, parecem buscar o domínio do dia, encobrindo as telhas, as copas, distribuindo sua abrasiva quentura, enquanto, que com sua beleza nos distrai, fazendo-nos esquecer do quanto, pode queimar nossas peles, muitas vezes, sensíveis demais aos seus delírios.

Sabemos do perigo, mas é tentador e então, expomo-nos, crendo ingenuamente que resistiremos.

Ingenuamente?

Talvez, não sei...

Afinal, é tão bom senti-lo percorrendo nossos corpos, adentrando em nossas almas, preenchendo nossos desejos com infinitos gozos.


quinta-feira, 7 de novembro de 2024

¨Serenade¨

De pau pra cacete em um estalar de dedos, sem qualquer preparação mental, vou de Agnaldo Rayol a Franz Schubert e sua obra romântica,¨Serenade¨, num piscar de olhos.

E nessa inconstância, reside uma profunda fidelidade ao belo e fascinante que impulsivamente, sempre me remete ao melhor, seja lá do que for.

Assim, nesta pressa mental em correr contra o tempo que sempre me parece apressado e findo, desde que me entendo por gente, as memórias pululam, provavelmente para que eu possa buscar explicações de mim, afim de compreender o que sou. 


quarta-feira, 6 de novembro de 2024

Pois é...

Estou nesta noite encalorada espichada no sofá diante da TV e sem mais porquê, começo a sorrir de mim mesma, por estar como o “Diabo Gosta “ou seja; em ótima companhia, curtindo o aroma do sabonete que impregnou o meu corpo, levando-me a cheirar os meus braços e mãos, pensando no quanto, aprecio um corpo suavemente aromatizado depois de um delicioso banho, afinal, curto me perfumar, justo, porque me amo, me aprecio e reconheço que sou uma ótima companhia pra mim mesma.

Afinal, uma pessoa que se ama e se sente confortável em sua própria companhia pode ser considerada alguém com amor-próprio elevado perigando as raias do narcisismo, mas não, afinal, todo narcisista não possui empatia e isto, é o que não me falta, aliás, até em certos momentos, a tenho em demasia.


 “NA CASA DE NOCA” ...

Acordei tendo como imagem, algumas manchas de sangue, justo, no sofá que por hábito me sento para assistir TV e se eu fosse uma pessoa “normal”, logo buscaria explicações holísticas, mas como sou apenas, uma porra louca, logo deduzi que meu subconsciente, aquele que fica esquecido, mas que é de fundamental importância na cognição de nossas emoções conscientes, provavelmente, tenha liberado, apenas um reflexo das desgraceiras sociais e humanas que infelizmente, os noticiários não se cansam em trazer ao ar por todo o tempo, numa frenética disputa de audiência, inclusive e principalmente, nas horas destinadas às refeições e descansos e aí, como forma de proteção, o consciente desconsidera, afinal, é sempre mais uma desgraça entre tantas outras, mas o subconsciente, devotado a sua função cerebral, registra e armazena e vez por outra, nem que seja por excesso de imagens e sons, libera como fez nesta manhã comigo, talvez, para que eu não esqueça que do portão pra dentro de meu paraíso, o “pau come solto por ser a casa de Noca” e que todo cuidado é pouco, afinal, se cuida desavisado, porque por aqui, exijo respeito e neguinho safado, só apronta, uma vez.

Então, me erra, me esquece, se manda malandro...

Simples assim...

Regina Carvalho- 6.11.2024 Itaparica

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PARA REFLETIR

"Enxergar a luz pessoal é buscar, sim, o conhecimento e o entendimento do diferente, extraindo dele tão somente o que é afim, reabastecendo-se e ao mesmo tempo oferecendo seu manancial de vida. Vivenciar na luz é descobrir-se a cada instante, constatando sua própria grandeza e sua própria importância, sem que para isso haja o sentimento de se sentir mais ou menos que os demais. Viver nas trevas, permitindo que o medo e suas variantes emocionais comandem sua vida, é o mesmo que determinar a mutilação pessoal, em que por ignorância total os sentidos são anulados e a mente corrompida".

A reeducação vivencial visa buscar o equilíbrio através do conhecimento de si mesmo; afinal, é preciso que a criatura não ignore a certeza absoluta de que seu corpo, sua mente e o ar que ela respira são seus únicos parceiros permanentes, literalmente inseparáveis em sua jornada de vida.

Regina Carvalho- do livro "Bebida- Muleta Existencial". editora Scortecci-2022



terça-feira, 5 de novembro de 2024

CUIDADO!!

Nesta manhã, deixei de vê-la amanhecer por pura preguiça de sair da cama, já que ao acordar no costumeiro horário, senti vontade de ficar gostosamente envolta no aconchego de minha cama, que particularmente, nesta manhã pareceu-me mais gostosa.

E aí, a mente safadamente desobediente, foi lá num certo dia do longínquo passado, onde desesperada pela solidão de estar constantemente sem o amado marido, cujo trabalho o mantinha afastado de mim, olhei para o vazio e clamei; “Deus, tudo que quero é tê-lo só pra mim em plena paz e que possamos permanecer à beira da piscina, admirando o céu e sendo absurdamente felizes”, afinal, se é pra desejar que seja abusadamente grande e repleto do que houver de melhor, (risos) da sempre safada) kkkk.


segunda-feira, 4 de novembro de 2024

CHUVERADAS DE VIDA

Enquanto, todos dormem, cá estou já devidamente dormida, curtinho prazerosamente o silêncio da madrugada que é diferente de qualquer outro, justo, por ser mais expressivo, dando a impressão de que o tudo mais, se cala como eu, só para também apreciá-lo.

E aí, a rápida chuva inesperada desaguando por sobre o jardim me faz lembrar do chuveirão que com seu jato largo e potente, desagua sobre o meu corpo, revigorando-me e a depender da época do ano, provoca em mim tremores, arrepios e longos suspiros, gozos indescritíveis de vida.


domingo, 3 de novembro de 2024

EU FIZ A MINHA PARTE

Nesta madrugada deliciosa, depois de um suave sono de seis horas, acordei pensando que verdadeiramente, sentir-se em paz, como o tudo mais, requer muita labuta e determinação para ser conquistada e usufruída e que cada detalhe conta e é fundamental, não só no percurso da conquista, quanto, em sua manutenção.

É preciso que não haja terceirização em nenhum dos momentos do processo, caso contrário, os dividendos de tamanha conquista pessoal, terão também de serem fracionados, criando-se um elo perigoso de cobranças, sempre capaz de tirar os mais profundos méritos pessoais das lutas empreendidas e isto, não pode acontecer, afinal, se nas perdas e frustrações, a criatura cognitivamente precisou induzir, mente e emoções a não desistência, por que, haveria de transferir a outros, sua superação íntima que é sempre infinitamente mais dolorosa se comparada ao tudo mais?


sábado, 2 de novembro de 2024

VIDA, POTENCIAL INIMIGO

Neste dia em que se celebra a saudade dos que partiram, acordei pensando nos que se foram, tombados pela febre infecciosa de uma tal de liberdade de direitos, justo, nesta “era” de tantas abundâncias diversificadas dos mesmos, onde definitivamente é proibido proibir, mas que paradoxalmente, também tem sido uma “era cerceadora” de toda e qualquer manifestação que contrarie o recém pré estabelecido, mesmo que seja na defesa de um primário e tradicional direito de apenas, não concordar com isto ou aquilo sem qualquer intenção ou ação seguidas do desrespeito, seja, qual for, a referência. 


sexta-feira, 1 de novembro de 2024

VIVENDO E APRENDENDO-SIMPLES ASSIM...

Acordei pensando em minha Itaparica e ao mesmo tempo, recebendo imagens mentais de outros locais deste mundo de meu Deus e, de repente, percebo que de alguma forma, todos, com raríssimas exceções se igualam em relação aos comportamentos de seus cidadãos, independentemente da época observada, não havendo expressivas diferenciações e aí, como permanecer rígida em meus achismos?

Afinal, o que acho ou deixo de achar é tão somente, a minha visão que necessariamente, não representa senão a minha interpretação pessoal, mesmo que esta, esteja embasada por grandes nomes do pensamento humano, mas até eles, deixaram em suas análises, observações de uma realidade que se por eles, não foram logicamente aceitas, com certeza, foram entendidas como realidades existentes entre o bom e o mau, o certo e o errado.


BOA NOITE!

Acordei sem nada específico para me inspirar, então, segui os hábitos matinais, sem me preocupar, aliás, é assim que conduzo minhas escritas, afinal, se as tenho vivas e pulsantes, deixo-as escoar, mas quando, acontece de não fluírem, tudo bem... 

E aí, talvez, por não forçar a barra, as vezes como agora, a luz do universo, acende uma fagulha nas brasas de minha mente e lentamente, as palavras vão surgindo e cada qual, ajudando na formatação de mais um texto., nem que eu leve o dia inteiro maturando-o.


O IMPROVAVEL

...era a tônica das avaliações em 1966 de alguns preconceituosos em relação a um mineirinho do interior, prometido desde a adolescência para a filha de um próspero fazendeiro, surpreendentemente vir namorar e ainda mais, querer casar com uma cosmopolita carioca do quadrilátero de ruas e avenidas do que existia e ainda existe de mais sofisticado em uma Ipanema (RJ), referência de uma perigosa mescla de liberdade, beleza e refinadíssima elegância de modos e costumes, reduto de personagens icônicos de autoridades a poetas.

Pois é, mas deu, até porquê, a carioca em questão, era o avesso do avesso de tudo que esperavam dela, já que com alma de passarinho, buscava com 16 aninhos de puríssima espontaneidade um apenas ninho que a aconchegasse e aí, deu no que deu, apaixonei-me loucamente pelo filhote de borboleta (apelido dado pelo meu irmão, por este, ser miúdo, enquanto, eu já ostentava um mulherão).

Aos gritos e segurando uma dúzia de ovos de primeira postura, como se fosse uma barra de ouro, irrompi porta adentro do apartamento; mamãe, mamãe, conheci o meu futuro marido e ele me deu esses ovos, depois que me levou para conhecer a granja de seu tio.

É mesmo!!! E ele já sabe disso? (rindo), pois era uma gozadora e bem familiarizada com os meus rompantes e peculiaridades, bem aos moldes de meu irreverente pai.

É claro que não, mas pode escrever... Eu me casarei com ele.

E não foi que acertei em cheio, afinal, em três meses me pediu, em seis meses noivamos e no total de um ano e dois meses, nos casamos.

Trem bom da conta, sô...

Pois é, o tempo foi passando e o safado, sem aviso prévio partiu em 2020 antes de mim, fugindo ao sempre combinado em jamais me deixar sozinha. 

Hoje, estaríamos completando 58 anos deste primeiro apaixonado encontro, onde tudo dali em diante, como previsto, se atrapalhou, quase parecendo errado, menos a nossa ardente paixão, num misto sempre renovado de irmandade e tesão, tropeços e perdões, não só de um para com o outro, mas também pela compreensão sobre liberdade em se curtir a vida, repletos de medos, mas sem a covardia da inércia. 

Nossa irmandade, em tudo passava o pano quente do bendito amparo amoroso, certos da sempre certeza de que, errando ou acertando, havíamos sido feitos um para o outro e que, não daríamos certo com mais ninguém.

Foi deliciosamente eterno, enquanto de mãos dadas, tiros, porradas e bombas, durou...

Regina Carvalho- 31.10.2024 Itaparica

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Foto tirada em 2008 em nosso reduto de absoluta paz.



PENSO

...que já existem infinitas pessoas discursando, escrevendo e poetando dentro dos limites do politicamente correto que, afinal, não promovem...